Após dois anos da pior epidemia de dengue da história, Maringá tem 62 casos positivos

Sem aumento significativo devido a pandemia de coronavírus, os cuidados não devem ser deixados de lado

Após dois anos da pior epidemia de dengue da história, Maringá tem 62 casos positivos

Foto: Aldemir de Moraes/PMM

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Entre 2019 e 2020, o Paraná sofreu a pior epidemia de dengue da história, sendo 227.724 casos e 177 óbitos. Em Maringá, o cenário também não foi diferente. Segundo a secretaria de saúde do município, na época foi registrado seis vezes mais mortes no calendário epidemiológico deste período, o que leva em consideração julho de 2019 a julho de 2020. No decorrer desses meses, foram 12 óbitos, sendo que no intervalo de 2018/2019 a cidade indicou dois.

A quantia de casos positivos cresceu 13 vezes no comparativo. Foram 11.653 confirmações e 188 casos mais graves. No período anterior, foram 841 e dois graves. Dessa maneira, o município finalizou o período epidemiológico 2019/2020 com 14.923 notificações, sendo que no antecedente tinham sido 3.669.

Conforme o gerente do Centro de Controle de Zoonoses, Vetores e Pragas Urbanas de Maringá, Eduardo Alcantara Ribeiro, é comum tratar a dengue de forma cíclica, ou seja, que a cada dois ou quatro anos ocorram picos da doença. “Estamos há dois anos sem um aumento significativo de casos, o que foi conveniente por esse período todo que passamos com covid-19. Temos que ficar atentos, pois historicamente, a gente sempre teve essa situação cíclica. É provável que nos próximos anos tenhamos um novo aumento de casos e que haja risco de epidemia”, diz.

Ainda de acordo com Ribeiro, este período do ano é crítico, visto que existem chuvas, calor e um ambiente favorável para a proliferação do mosquito aedes aegypti. “Precisamos ficar atentos, pois é nessa hora que a gente consegue controlar os casos, com ações mais incisivas. No caso de 2019 o que contribuiu para o controle da epidemia foram as ações de fiscalização, que em ano de epidemia permite a entrada forçada em imóveis que apresentam situações de risco extremo. Nessas situações, existe previsão legal para que o agente possa adentrar no imóvel, desde que haja uma justificativa. Como não estamos em epidemia, não é possível tomar medidas assim tão drásticas. Sempre é importante manter o diálogo com a pessoa que tem um imóvel e que precisa de cuidados, essa nossa medida inicial, e caso não sejam tomadas as providências, aí é encaminhado para fiscalização, autuação, notificação, concessão de prazos, se
necessário. Nos casos mais graves, pedimos providências de imediato.”

Mutirões de coleta

A Prefeitura de Maringá e a Secretaria de Meio Ambiente e Bem Estar Animal (Sema) continuarão com os mutirões de coleta de materiais que acumulam água, utilizando a estratégia de realizá-los em regiões que trazem dados técnicos que demonstram maior quantidade de larvas, segundo levantamentos e maior quantia de casos. “Devemos priorizar essas regiões sempre, considerando os nossos dados do LIRAa, o nosso acompanhamento de casos, buscar ter uma ação precoce e identificação de surtos o mais rápido possível, para que possamos controlar essas situações de pequeno aumento de casos em regiões específicas, permitindo assim, controlar a situação, evitando que dissemine para a cidade”, afirma o gerente do Centro de Controle de Zoonoses, Vetores e Pragas Urbanas de Maringá, Eduardo Alcantara Ribeiro.

Ainda segundo Ribeiro, é evidente que existem situações de epidemia que fogem do controle, mas a intenção é identificar precocemente cenários de risco e tomar medidas antes que os casos aumentem ao ponto de chegar em uma epidemia.

Os casos de dengue em Maringá apresentam o mesmo perfil endêmico que sempre tiveram. Assim, a quantia de casos está baixa, contudo, dependendo da condição climática, pode aumentar. Atualmente, existem 62 casos positivos na cidade, sendo mais de 800 notificações.

Cuidados extremos

Para combater a dengue, existem cuidados essenciais, como manter os pratos de vasos de flores e plantas com areia, guardar garrafas de boca para baixo, limpar sempre calhas de canos, não jogar lixo em terrenos baldios, colocar lixos sempre em sacos fechados, manter baldes, caixas d’água e piscinas sempre tampados, deixar pneus ao abrigo da chuva e da água, eliminar copinhos plásticos, tampas de refrigerantes e cascas de coco que possam ser lacrados, furar latas de alumínio antes de serem descartadas para não acumular água, lavar bebedouros de aves e animais pelo menos uma vez na semana, limpar climatizadores.

Existem também outras maneiras de evitar a doença, como passar repelente diariamente nas áreas expostas do corpo, sendo o rosto, orelhas, pescoço e mãos, ter telas de proteção em todas as janelas e portas da casa e ascender vela de citronela, pois é repelente de insetos.

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