Do poema à música, Renato é um cara multifacetado

Luiz Renato Vicente investe no trabalho autoral, tanto na música quanto na literatura (Crédito: Gabriel Tazinasso)

Escritor, compositor, cantor, músico autodidata, colunista de jornal… Luiz Renato Vicente é um cara multifacetado no universo cultural de Maringá. Para ele, não existe esse negócio de fazer covers ou tributos. Seu trabalho é autoral e autônomo. Já teve bandas, mas hoje prefere fazer um som pessoal e do seu jeito.

Aliás, foi com a banda Almanaqu&cia que participou do 1º Festival de Bandas Autorais de Maringá e Região em maio de 2024, no Teatro Reviver Magó. O evento foi organizado pela Associação Cultural Rock do Paraná (ACRP), que é presidida por Ronaldo Marques, e reuniu 19 projetos musicais.

Inspirado no nome do disco “Titanomaquia”, dos Titãs, o músico Renato batizou seu conjunto de Almanaqu&cia (pronuncia-se “Almanaquicia”, com trocadilho) e apresentou nesse festival a canção “Rodo Flash”, um blues de sua autoria com andamento rock and roll. Criada em fevereiro de 2024, a banda acabou precocemente ao final do show nesse evento.

No entanto, Renato não esmoreceu e resolveu seguir em carreira solo, inspirado na história do músico Marcos Paulo que, sem a mão direita, consegue tocar o violão apenas com a esquerda. “Eu não tenho banda, aquele cara não tem banda e toca tudo isso. Não, eu não preciso de ninguém”, diz o maringaense, em entrevista nos estúdios do jornal O Maringá.

Desse modo, Renato está desenvolvendo projetos pessoais no campo da música, criando a todo momento. Para ele, o melhor compositor da história é o alemão Johann Sebastian Bach (1685-1750), referência na música clássica e que faz parte da tríade dos maiores músicos eruditos ao lado de Beethoven e Mozart. Inclusive, o entrevistado indica que a melhor iniciação musical é pelo universo clássico. “Bom começo para quem quer tocar rock”.

No momento, o maringaense trabalha em uma canção inédita. Mas tem outras em processo de criação. “Se deixar, eu componho a semana inteira”, explicando que às vezes vem a harmonia primeiro; outras, é a letra. E tudo feito de maneira autodidata a bordo de seu velho violão Tonante, que é uma marca setentona de instrumentos fabricados no Brasil. O companheiro de seis cordas de Renato está com ele há 15 anos e foi comprado já usado, pela bagatela de R$ 100. “Aquele é meu brinquedo, cara. O meu Tonante é o que eu uso para compor minhas músicas”, elogiando o braço e as cordas de nylon.

Segundo ele, foi o instrumento que o escolheu. “Quando você vai comprar um instrumento, vê qual que te escolhe”, aconselha.

Em tempo, após ficar décadas fora do mercado, essa marca nacional voltou há alguns anos com nova linha de produção a cargo da empresa maringaense Oderço.

Canção “Rodo Flash”

Literatura
Além da faceta de compositor e músico, Renato também é escritor. Em 2020, publicou, pela AR Publisher Editora, o livro de contos “Desamparo”. Recentemente, emplacou três poemas na coletânea 1ª Mostra Só Poesia de Maringá, pela editora iPerfil. O projeto selecionou 34 poetas da cidade para a composição dessa obra que foi lançado na Festa Literária Internacional de Maringá (Flim) de 2023.

Na verdade, poesia e letra de canção se misturam na literatura do maringaense, que costuma aproveitar os textos em faixas de projeto musical. Ambos se retroalimentam, digamos assim.
Para 2025, pretende republicar “Desamparo” em nova edição, pois a atual está esgotada. Nos planos, está também um novo livro. “Praticamente pronto, mas falta escrever dedicatória, essas coisas assim”, cujo título será “Céu de setembro”, retirado do nome de um dos 40 a 60 poemas do novo material.

Acorde
Não apenas no festival de bandas da ACRP que Renato pôde mostrar seu talento. Em 2008, ele participou do 1° Acorde Universitário de Música Popular Brasileira de Maringá, gravado ao vivo na oficina de Teatro da UEM.

Ele ficou sabendo desse evento graças ao jornalista Alexandre Gaioto. À época, Renato trabalhava no estacionamento de um shopping center de Maringá. Inclusive, o músico maringaense era aluno de Jornalismo em uma faculdade particular, mas teve depois de trancar o curso.

O compositor foi selecionado pela organização e conseguiu tocar duas músicas de sua autoria em dois dias da mostra competitiva. “Na terceira classificação, não passei. O júri me eliminou”. Detalhe: o querido Tonante cedeu lugar ao violão profissional de um amigo, que o emprestou para participar do festival.

Entrevista de Renato nos estúdios do jornal

Serviço
O contato é Luiz Renato Vicente Dallalio no Facebook (@/luiz.renato.967/).

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