Em meio à tecnologia, cheiro do jornal e revista ainda sobrevive em Maringá; hoje é Dia do Jornaleiro

Em época de Copa do Mundo, é sempre um momento especial, crianças, adultos, famílias, se aglomeram na região da Banca Esportiva - Foto: Arquivo BE

No Dia do Jornaleiro, simbolizando e representando todas as bancas de Maringá, este ano o Jornal O Maringá destaca a história da Banca Esportiva que ainda resiste ao tempo, aos diversos desafios, mantendo viva a tradição da leitura, com cheiro de coragem e amor ao papel. São inúmeras histórias, muitos clientes fiéis que não abandonam a cultura marcante de ler e poder sentir a vida existente em cada folha.

Quem não se lembra da Banca Esportiva quase na porta do Estádio Willie Davids já na década de 1990? Pois é, foi lá que a tradição começou, onde hoje temos a também tradicional, Feira do Produtor. Por mais de uma década a banca esteve presente ali, recheada de jornais, folhetins, revistas noticiando esportes.

Passado algum tempo a Banca Esportiva ganhou um novo ponto e está há 12 anos do outro lado da avenida Prudente de Moraes, em frente ao WD, na calçada do Mercadão. “Em particular a essa banca, ela tem um ponto muito positivo que é a localização, é um ponto favorável”, comenta o atual administrador da Banca Esportiva, Luciano Franco.

Há seis anos à frente da Banca Esportiva, Franco evidencia alguns detalhes de como é gerir e sobreviver com o nicho – Foto: Arquivo pessoal

Há seis anos à frente da Banca Esportiva, Franco evidencia alguns detalhes de como é gerir e sobreviver com o nicho, um “pontinho” na imensidão da Cidade Canção e esclarece as dificuldades que enfrentou. “Quando eu cheguei não tinha muitas mercadorias, fui agregando bastante coisas, trazendo e atraindo o pessoal. Felizmente existe um público que consome bastante ainda, revistas, revistas para crianças, para idosos, palavras cruzadas, gibis vendem muito ainda”, destaca.

Como era e como está

O atual administrador explica que não existem mais, jornais e revistas específicos de esportes que eram os que mais vendiam. Para ele esse é o desafio, pois pouco a pouco vão desaparecendo certas publicações. ”Na época tinha muito material de esportes, hoje lamentavelmente não tem muito. Vamos ver se a gente consegue trazer também, algo mais, eventos, notícias dos times de futebol da cidade e se tudo isso puder ser divulgado junto à banca, vai ser legal. É o que a gente busca, pra manter o nome da banca”, esclarece.

Cheiro de banca

O cheiro inconfundível de banca exala e permanece vivo nos dias atuais. Ter e poder sentir o cheiro, poder tocar e chamar de seu, ainda faz muita gente voltar no tempo e porque não, rebobinar também às práticas de leitura e voltar a sentar e ler jornais e revistas físicas. “Tem muita gente que entra e comenta do cheiro de banca, da nostalgia e outras que há muitos anos não entravam em uma banca. É muito legal saber que ainda existe esse gosto, esse prazer de entrar e sentir essa alegria”, conta Franco.

Luciano Franco relata que além disso, muitos clientes são fiéis e se tornam amigos, param na banca pra conversar, trocar informações e até presenteiam, seja em data especial ou não. “Tem aqueles clientes que trazem um bolo, trazem um pão, trazem um presente de Páscoa. Tem pessoas muito bacanas que formaram uma convivência bem legal, então a gente procura estar sempre fazendo por merecer”.

Refúgio

Há dois atrás aconteceu um caso marcante. Luciano descreve que após uma forte chuva a água estava alagando o entorno da banca e teve um gesto para livrar as pessoas de se molharem. “A água já estava quase na altura do joelho das pessoas e elas protegidas no toldo da banca do lado de fora. Aí eu as trouxe para dentro da banca e fechei a porta por conta também do forte vento”.

Copa do Mundo

Em época de Copa do Mundo, ainda hoje, é sempre um momento especial, crianças, adultos, famílias, se aglomeram na região da Banca Esportiva. “Muita gente se reúne, isso sim é marcante. Brincando de colecionar figurinhas e os álbuns”, conclui Luciano.

 

 

 

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