O número de pessoas que neste domingo, 5, darão início ao Enem 2023 é quase três vezes maior à população total do Estado de Rondônia ou equivalente a um terço de toda a população do Paraná. Quase 4 milhões de candidatos estão inscritos para fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023, que começa com as provas de linguagens e ciências humanas, além da redação.
Em Maringá, a prefeitura está bancando ônibus gratuito a todos os candidatos ao Enem. Para issso, o candidato deve usar o cartão magnético normal do passe estudantil. Não haverá consumo dos créditos normais do dia a dia.
Mais de 7 mil candidatos farão provas em Maringá
O local do exame consta do Cartão de Confirmação da Inscrição de cada participante, que pode ser acessado em https://enem.inep.gov.br/participante/. Não é obrigatório levá-lo, mas com ele em mãos facilita para localizar o prédio e a sala onde fará a prova.
Para não ter stress e correr o risco de perder a prova, a recomendação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) é chegar às 12h no local do exame. A fim de evitar qualquer contratempo, o candidato deve sair com antecedência de casa, conferindo antes se está com a documentação e material necessários. Não se esqueça de que, aos domingos, a frota de ônibus e trens, geralmente, é reduzida.
O que levar no Enem
- RG ou outro documento oficial com foto (documentos digitais também são válidos);
- Caneta esferográfica transparente com tinta na cor preta (leve pelo menos duas para o caso de uma falhar);
- Cartão de confirmação de inscrição;
- Lanche (ideal é levar alimentos que deem energia, como chocolates, castanhas e barras de cereal) e água em garrafa transparente (a embalagem não deve ter rótulo). O lanche poderá ser vistoriado pelo fiscal de sala.
O que não pode no Enem
- Telefones celulares, calculadoras ou qualquer equipamento eletrônico devem ser desligados e guardados no envelope porta-objetos antes de entrar na sala de provas. Caso algum som seja emitido dos aparelhos durante a prova, o candidato será eliminado;
- Qualquer dispositivo que receba imagens, vídeos ou mensagens;
- Óculos escuros, bonés, chapéus, viseiras ou gorros;
- Bebidas alcoólicas, cigarro e/ou drogas ilícitas.
Atenção: O envelope porta-objetos, lacrado e identificado, deve ser mantido debaixo da carteira desde o ingresso na sala de provas até a saída definitiva do local de provas.
A partir das 13h (horário de Brasília), é permitido ir ao banheiro, mas desde que acompanhado pelo fiscal.
Veja os horários de aplicação (no fuso de Brasília):
- Abertura dos portões: 12h
- Fechamento dos portões: 13h
- Início das provas: 13h30
- Término das provas no 1º dia: 19h
O candidato só poderá sair com o Caderno de Questões nos últimos 30 minutos que antecedem o término da prova.
Veja alguns temas que podem cair na Redação
O assunto que mais movimenta o mundo no momento, a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, não corre o risco de entrar no exame porque veio à tona quando as provas já estavam prontas, mas a guerra entre Rússia e Ucrânia, a tentativa golpista de 8 de janeiro, mortes de artistas significativos para a cultura, como Gal Costa, Rita Lee e Erasmo Carlos, os atentados em creches e escolas do Brasill, que são um fenômeno relativamente novo no Brasil, os problemas climáticos são assuntos que não podem ser desprezados.
O combate à violência de gênero no Brasil
Eva Nobrega, professora de Língua Portuguesa do Cursinho da Poli, defende este tema. De acordo com a docente, o Brasil continua sendo um dos primeiros do mundo em mortes de mulheres e da comunidade LGBTQIA+.
“Segundo o Grupo Gay da Bahia (GGB), 228 pessoas LGBTQIA+ foram assassinadas em 2022, sendo mais da metade travestis e mulheres trans. A ONG Transgender Europe informou que, mais uma vez – e por 14 anos consecutivos -, o Brasil liderou o ranking mundial de assassinatos de pessoas trans em 2022. De acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), 131 pessoas trans foram mortas no ano passado, a maioria era de travestis e mulheres trans negras”, segundo informações da Organização das Nações Unidas (ONU).
A paridade salarial entre homens e mulheres no Brasil: como fazer com que o salário delas seja igual ao deles?
Este também é um questionamento sugerido pela professora de Língua Portuguesa do Cursinho da Poli. Embora a Constituição já proíba todo tipo de discriminação, a desigualdade entre homens e mulheres é uma realidade no mercado de trabalho brasileiro.
Em julho deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que garante igualdade salarial entre mulheres e homens. Em discurso durante a sanção do projeto de lei, Lula garantiu que haverá punição para quem não cumprir a lei porque há estruturas no governo que garantirão a fiscalização, a exemplo dos Ministérios do Trabalho e das Mulheres, além do Ministério Público.
Desafios para a reforma do sistema prisional brasileiro
“Ainda temos prisões análogas às da Idade Média, que pioram com as investidas das várias facções”, afirma a professora Eva. Segundo ela, este é um tema bastante oportuno para a redação do Enem deste ano.
Desafios para o combate ao trabalho análogo à escravidão no Brasil
Para Eva, professora do Cursinho da Poli, há possibilidade de a temática fazer parte da redação deste ano. Ela lembra que 1.443 trabalhadores em situação análoga à escravidão no Brasil foram resgatados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Fiscalização do Trabalho, entre janeiro e 14 de junho de 2023.
“Questões associadas ao trabalho também são uma aposta para o tema de redação, ainda mais após os recorrentes casos de trabalhos análogos à escravidão que vieram à tona”, concorda Julia Ferreira, coordenadora de redação da Redação Nota 1.000, maior plataforma de prática e correção de redações do Brasil.
Além disso, segundo Julia, pontos relacionados à regulamentação do trabalho por aplicativos também podem ser utilizados, posto que ocorreram diversas greves e solicitações por essa parcela de trabalhadores.
A questão ambiental na Amazônia: como resolver os desafios em torno do Marco Temporal e a necessidade das populações de habitarem as próprias terras?
A tese do marco temporal é uma proposta de interpretação do artigo 231 da Constituição Federal e trata-se de uma espécie de linha de corte, conforme publicou o jornal O Estado de São Paulo, o popular Estadão. A partir desse entendimento, que é defendido por ruralistas, uma terra indígena só poderia ser demarcada com a comprovação de que os indígenas estavam no local requerido na data da promulgação da Constituição, ou seja, no dia 5 de outubro de 1988. Quem estivesse fora da área nessa data ou chegasse depois desse dia não teria direito a pedir sua demarcação. Este é um tema que pode cair no Enem, segundo a professora Eva, do Cursinho da Poli.
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