Entidades querem Maringá como protagonista no reconhecimento da população negra

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Representantes de instituições entregam ao presidente da Câmara, Mário Hossokawa, documento apoiando o projeto que institui o feriado da Consciência Negra em Maringá Foto: Marquinhos Oliveira

“Isso tem outro nome”, disse a presidente da Comissão de Igualdade Racial da subsessão de Maringá da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Natália Ferruzzi Lima, ao se referir a uma manifestação de entidades e empresas, lideradas pelas Associação Comercial, que estão realizando uma campanha contrária à instituição de um feriado em Maringá no Dia da Consciência Negra, 20 de novembro. Na opinião dela, se fosse um feriado religioso ou qualquer outro, não haveria essa movimentação contrária. “O problema não é o possível prejuízo para a economia da cidade, o problema é a causa”.

A advogada Natália Lima representou a OAB junto a dezenas de instituições que assinaram um documento apoiando o Projeto de Lei que institui o feriado da Consciência Negra em Maringá. O projeto, que já teve iniciativas semelhantes em outras legislaturas, desta vez tem autoria da vereadora Professora Ana Lúcia (PDT), com coautoria dos vereadores Doutor Manoel Álvares Sobrinho (PL), Belino Bravin (PSD) e Adriano Bacurau (Rede). Para ser aprovado, ele precisa de maioria simples, ou seja, ter votos favoráveis de oito dos 15 vereadores.

A advogada argumentou que o Brasil tem vários feriados, mas nenhum relacionado ao povo preto. “O que estamos pedindo não é um favor, mas um direito nosso. O Brasil tem uma história em que a população negra sempre foi colocada depois do lucro, desde o tempo da escravização, que foi implementada e foi abolida por questões puramente comerciais. Não foi uma boa ação”.

O líder comunitário Osmar Jhamayka destacou que não há nada de inédito em Maringá ter um feriado em reconhecimento ao povo preto, que é mais da metade de toda a população do País e faz do Brasil a nação com mais negros depois da África. “O argumento que esse feriado causaria prejuízo não convence. Algumas das maiores cidades do Brasil, inclusive São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Brasília, Salvador e outras, têm o feriado no Dia da Consciência Negra”.

Ao entregarem o documento na Câmara, os representantes das entidades lembraram que a votação desse projeto é uma oportunidade para que Maringá seja protagonista de algo que vai ter que acontecer.

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