As escolas particulares de Maringá retomaram o ano letivo com aulas presenciais na última segunda-feira,01. O retorno é facultativo, ou seja, os responsáveis decidem se querem enviar os estudantes para as instituições, enquanto para alguns a única atividade é matar a saudade do coleguinha, os educadores estão mantendo todo o cuidado para que os alunos possam aprender respeitando o distanciamento.
O decreto da liberação das aulas foi publicado no dia 25 de janeiro, pela prefeitura. As atividades estavam adiadas desde março de 2020 com a pandemia do novo coronavírus. Para o retorno, as escolas precisaram adaptar o novo jeito de ensinar, com capacidade reduzida nas salas, distanciamento entre mesas e protocolos sanitários, com uso de máscara e álcool em gel.
Para a gerente financeira Juliana Sartoreli, opina que foi uma ótima notícia decidirem voltar com o ensino presencial, a filha estudava em casa, mas as aulas remotas não davam tanto retorno. “Na escola que a Nicole [filha] estuda, os pais podem escolher se as crianças voltam para o presencial ou ficam nas aulas remotas. No nosso caso, decidimos deixar das duas formas, um dia ela vai para a escola e no outro tem a aula on-line no mesmo horário, até porque todo mundo corre risco diariamente de contrair a doença e somente estudar em casa, a criança acaba dispersando”, diz.
Pela proposta, objetivo das escolas é deixar um grupo de estudantes acompanhando a aula presencialmente, na escola, e os outros alunos da turma participando simultaneamente, de maneira remota. As instituições também terão que seguir normas sanitárias estipuladas pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), como o uso de máscara e distanciamento.
Segundo o diretor do Colégio Magnus Domini, Djalma Martins explica que as escolas participaram da elaboração, junto a secretaria de saúde, secretaria de educação, núcleo de educação e conselho municipal de educação, sobre os protocolos de segurança sanitária para volta às aulas, das escolas que foi aprovado em junho. “Portanto, a volta presencial, foi bastante tranquila, os professores e colaboradores tiveram na última semana de janeiro treinamento para aplicar os protocolos de segurança”, afirma.
Martins ainda aponta que a escola em que trabalha obteve uma adesão maciça das famílias para a volta do ensino presencial. Na fase de reestruturação do modelo de ensino, os educadores tiveram dez dias para se reorganizarem, professores sendo treinados para usarem plataformas de ensino e planejamento de estratégias de aula, reunião com pais, avaliações e entrega de tarefas de casa, aprendendo várias possibilidades que estão sendo utilizadas.
ANO LETIVO. As instituições também terão que seguir normas sanitárias estipuladas pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), como o uso de máscara e distanciamento. FOTO- ARQUIVO COLEGIO FRANCISCO XAVIER
Para a professora Viviane Bernardo, que leciona há 20 anos, voltar a ensinar presencialmente é uma grande vitória. “Particularmente, prefiro as aulas presenciais, porque minhas aulas são para alunos do fundamental 1 e 2, então o contato com eles são muito importantes, até para aprenderem com facilidade”, pontua.
Para a jornalista Vanessa Bellei, o sentimento também é de felicidade. Mãe de dois filhos, em outubro de 2020, junto com outros pais que eram a favor da volta do ensino, criaram um grupo no Whatsapp para que a família tivesse a oportunidade de escolher. “Hoje em dia, a família tem opção de escolher se volta ou não, aquela família que não se sente segura pode continuar no remoto”, diz.
Bellei ainda comenta que as crianças sofreram bastante com a forma que foram o ensino, o filho de oito anos conseguia acompanhar, mas a filha de cinco tinha mais dificuldade. “È difícil para as crianças prestarem a atenção por mais de uma hora na frente de um computador. Agora com o retorno, tá sendo maravilhoso, minha preocupação era com minha filha, porque eles precisam do contato presencial com a professora e está sendo ótimo e no ponto de vista da escola que levo meus filhos, esta organizado, tranquilo e todo mundo saiu ganhando”, afirma.
O professor Silvio Domen também conta que na escola em que trabalha Colégio São Francisco Xavier, tudo está planejado para os alunos aprenderem em segurança higienização das salas e banheiros regularmente, o lanche/recreio feito na sala de aula. Entre outras adaptações.
Domen até conta uma história que aconteceu em uma de suas aulas remotas.”No início da pandemia as aulas eram gravadas e disponibilizadas aos alunos. Mas não havia interação entre eles, cada um assistia no horário mais conveniente. Quando começamos com as aulas transmitidas ao vivo, tivemos algumas surpresas. Percebemos que ao final do período, quando íamos “desligar as aulas” que muitos dos alunos permaneciam na sala virtual, conversando e trocando ideias com os colegas. Por várias vezes não desliguei a aula naquele momento para que eles pudessem continuar a conversa pois sabia que durante as aulas, as professoras não permitiam conversar, então, restava o final da aula para matar a saudade e interagir com os amigos. Depois disso, passamos a desligar as aulas um pouco mais tarde”, brinca.