O Escritório Modelo vale-se do que há de mais moderno em termos de tecnologia para oferecer aos clientes confiabilidade e rapidez
Em 1972, quando Maringá vivia em clima de comemoração de seu Jubileu de Prata e o povo maringaense vivia cheio de orgulho por ganhar uma catedral nova, de formato tão diferente que chamava a atenção do mundo, dois jovens recém-chegados na cidade faziam sua comemoração particular e silenciosa por conseguirem realizar um sonho: acabavam de comprar um escritório de Contabilidade na cidade mais desejada por quem vivia na região.
No dia 1º de junho faz meio século que Fernando Machado e Wilson Cardoso Ferreira compraram o Escritório Modelo, primeiro escritório de Contabilidade da Vila Operária, hoje um dos mais antigos de Maringá.
Com seus 50 anos, o Modelo está longe de ser um escritório velho. Ao contrário, se renova todos os dias e é tão atual quanto qualquer escritório que nasceu em plena época do digital. O escritório se moderniza, acompanha as tendências e se equipa com o que há de mais atual em termos de tecnologia para oferecer aos clientes a garantia de um serviço perfeito e ágil.
“De antigo aqui, só o prédio e o dono”, brinca Fernando, hoje com 75 anos e com a mesma curiosidade e disposição do garoto que 50 anos atrás festejou o fato de tornar-se dono de seu próprio escritório.
Em busca de um sonho
Fernando Machado e Wilson Cardoso eram garotos de 25 anos, amigos de muitos anos e que trabalhavam na mesma empresa quando decidiram que seriam patrões. Os dois cresceram nos cafezais da região de Jandaia do Sul, mudaram-se para a cidade, estudaram, viraram contadores, mas viviam de empregos que não condiziam com seus sonhos. Fernando trabalhou na Junta do Serviço Militar e fazia um ano que trabalhava no mesmo escritório de Contabilidade em que Wilson já estava.
“Nós queríamos nosso próprio escritório, mas achamos que em Jandaia já tinha muitos estabelecimentos no ramo e seria difícil para começar uma carteira de clientes”, conta Machado.
“Então, saímos procurando uma cidade para a gente começar. Fomos a várias delas, chegamos a ter interesse de ficar em Doutor Camargo, também em Jardim Alegre, mas 50 anos atrás as cidades da região estavam todas começando, eram ainda muito pequenas e tinham poucas empresas, o que significa poucos clientes para os escritórios de Contabilidade”.
Os dois rapazes não desistiram de seu intento, mas voltaram para Jandaia do Sul sem seu sonhado escritório. Mas, como na vida às vezes as coisas certas são escritas em linhas tortas, foi em Jandaia que o futuro se deslumbrou para Wilson e Fernando. Um conhecido, também morador de Jandaia do Sul, tinha comprado um escritório de Contabilidade em Maringá, mas queria se desfazer da empresa.
Foi como juntar a fome com a vontade de comer. Os dois garotos conversaram, negociaram, conseguiram o dinheiro e compraram o escritório onde iam começar a vida de patrões.
O escritório já tinha o nome de Modelo e era bem antigo, já tinha tido outros donos e tinha cerca de 50 clientes.
Fernando e Wilson eram contadores, mas não tinham experiência em dirigir uma empresa, em terem que tratar eles próprios com os empresários que eram seus clientes e tiveram que aprender tudo às duras penas. “Nesse ramo, a gente nunca para de aprender, a Contabilidade é muito dinâmica, sempre surgem leis novas, normativas, orientações e precisamos estar atualizados porque nossos clientes não têm tempo para irem atrás desses assuntos”, diz Machado.
As mudanças da cidade e da Vila Operária
A modernização do Escritório Modelo acompanha as mudanças da cidade. Quando Wilson e Fernando chegaram, Maringá era a principal cidade do noroeste, mas ainda era uma cidade pequena, só tinha alguns prédios na região central, os bairros ainda não tinham asfalto, poucas áreas tinham água tratada e a cidade ainda não tinham nem um palmo de rede de esgoto sanitário.
“A Vila Operária, onde começamos e estamos até hoje, era realmente uma vila de operários”, diz Fernando. Na época a vila tinha comércios apenas ao longo da Avenida Brasil, uns poucos na Avenida Riachuelo, fábricas de carroças, ferro-velho, caldeirarias, oficinas, máquinas de beneficiamento de café, milho, arroz, moinhos de trigo e marcenarias na Avenida Mauá. No centro da vila estava a Igreja de São José Operário, ainda de madeira, e a referência era o Cine Horizonte, que acabava de inaugurar um prédio novo na Avenida Riachuelo.
“A Operária era rejeitada, as empresas não queriam se instalar aqui. Agora, é a menina dos olhos do mercado imobiliário. Para todo lado que se olha se vê prédios em construção. E só prédio bom, feito pelas melhores construtoras, as casas de madeira vão sendo substituídas pelos prédios e os terrenos estão supervalorizados”.
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O escritório é uma família
Três anos depois de virar maringaense, Fernando Machado se casou, e vieram os filhos. Primeiro Ricardo Arrias Machado, que hoje é engenheiro, depois veio Fernanda Machado, que desde cedo se interessou pelas artes, virou atriz e participou de importantes novelas da TV Globo. Hoje Fernanda mora nos Estados Unidos.
Em 1977 quem se casou foi Wilson. Depois de 13 anos pagando aluguel, o escritório comprou um prédio ao lado, na esquina com a Rua Marcílio Dias, e está lá até agora.
Depois de 35 anos de uma sociedade bem sucedida, a empresa perdeu Wilson. Faleceu em 2007, um ano depois de deixar a empresa. Nos últimos 15 anos, o sócio de Fernando é Valdir de Moura da Silva, que tem idade para ser seu filho.
Valdir entrou no Escritório Modelo como contínuo, função que agora é chamada de office boy. Aprendeu a profissão, entendeu o escritório e comprou a parte de seu patrão Wilson. Há 15 anos é também dono do escritório.
Antenado, atento a tudo que surge em termos de tecnologia, Valdir é a pessoa que, além de comandar a equipe, fazer contato com clientes, é o responsável por fazer o acompanhamento de tudo o que surge de novo na Contabilidade e em termos de tecnologia. “É ele o responsável pela modernização do escritório”, diz o sócio pioneiro. “Não é só Escritório Modelo, é também um modelo de escritório”, arremata o sócio Valdir.
