Espetáculo ‘Myrtha’ estreia hoje (7), em Maringá

Com entrada gratuita, esse espetáculo de dança contemporânea será apresentado no Arena das Artes, todos os dias até 12 de março

Crédito: Renato Domingos

Releitura do clássico “Giselle”, a apresentação “Myrtha” estreia nesta terça-feira, 7, em Maringá, às 20h. Trata-se de produção da CED – Cia Experimental de Dança.

Com entrada gratuita, esse espetáculo de dança contemporânea será apresentado no Arena das Artes, todos os dias até 12 de março. O projeto foi viabilizado por meio do Prêmio Aniceto Matti.

Desta vez, a companhia formada por André Miranda, Leonardo Fabiano e Ludmila Castanheira revisita o segundo ato do balé clássico “Giselle” (de Adolphe Adam, Jules-Henri Vernoy de Saint-Georges e Théophile Gautier, 1840). Mais especificamente, dão foco na personagem Myrtha, a chefe das Wilis, um exército de mulheres traídas pelos homens que amaram, que voltam dos mortos em busca de vingança.

No balé Giselle, a protagonista apaixonada morre de tristeza ao saber-se enganada por um nobre que finge ser um camponês. Ao morrer, ela se torna uma Willi: fantasma de mulher morta antes do casamento em decorrência de alguma ação do noivo. As Willis são muitas, sempre sepultadas fora e bem longe do cemitério, pois são tidas como indignas de estarem nas terras sagradas. Elas matam de tanto dançar os homens que encontram. Myrtha é a Willi mais antiga. Ela e outras fantasmas torturam o nobre que enganou Giselle quando esta, ainda apaixonada, reveza com ele na dança que dura até o amanhecer, período em que as Willis precisam voltar para a tumba. Com esse ato, Giselle livra o amado da morte, traindo Myrtha e as Willis.

Na releitura da CED, mesmo dançando a trilha original os bailarinos buscam criar novas narrativas para o balé mundialmente conhecido, investigando como Myrtha poderia auxiliar a desdizer o senso comum de mulheres sendo vitimizadas, para inventar um universo em que elas revidam. A intenção é buscar trazer a perspectiva da mulher duas vezes enganada e, mesmo assim, retratada como vilã. “As Willis serem retratadas como malignas e assassinas seria um sintoma do medo que a sociedade patriarcal tem do desejo feminino? Esta é uma das perguntas que nos moveram na realização deste projeto”, explica a bailarina e oficineira, Ludmila Castanheira.

Por meio de um cenário que evoca o aspecto fantasmagórico das Willis e figurinos puídos que trazem personagens diáfanas e decrépitas, o grupo dança bem perto do público, num palco em formato de passarela que permite a presença de um número limitado de pessoas (60 lugares). “Nossa ideia com essa versão é a de explorar um pouco o que acontecia na existência da Myrtha antes da chegada de Giselle, o que ela fazia após matar os homens que adentravam a floresta? Qual essa relação entre Myrtha e as almas por ela rendidas? É como se víssemos o que acontecia na floresta enquanto o primeiro Ato do balé clássico se desenrola”, comenta o bailarino e produtor, Leonardo Fabiano.

Produzido com verba de Incentivo à Cultura
Lei Municipal de Maringá n.º 11200/2020
Prêmio Aniceto Matti

Serviço
Espetáculo “Myrtha” da CED – Cia Experimental de Dança
Dias 7, 8, 9, 10, 11 e 12 de março sempre às 20h
Local: Arena das Artes (Av. Dep. José Alves dos Santos, 4367 – Jardim Brasil)
Classificação: 16 anos
Público Limitado a 60 pessoas
Entrada gratuita

Com Assessoria

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