O discurso da presidente da Sociedade Rural de Maringá (SRM), Maria Iraclézia de Araújo, na abertura da Expoingá 2023, nesta sexta-feira, 5, foi cercado de agradecimentos, toque de berrante, distribuição de chapéus de parceiros e homenagem aos dois mais antigos expositores da Expoingá, participantes da feira desde a primeira edição, há meio século.

Iraclézia fez a abertura da edição de número 49 da Exposição Feira Agropecuária, Comercial e Industrial de Maringá, a Expoingá 2023, junto com o governador Ratinho Júnior (PSD), o prefeito Ulisses Maia (PSD) e o secretário de Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara. Mais uma vez, ela, que já organizou mais de 10 edições da Expoingá, falou a importância do evento como vitrine do agronegócio do Paraná e como espaço para impulsionar a economia por meio de vários eventos que levam incentivo e conhecimento a quem produz, além de apresentar ao produtor o que há de mais moderno para ajudá-lo a produzir cada vez mais e melhor.
Como tem feito em anos anteriores, a presidente da SRM destacou que a abertura de uma Expoingá é sempre tempo de agradecer, tanto pelo momento para a realização da feira quanto às muitas mãos que contribuem para a realização, desde o pessoal da SRM, trabalhadores, às entidades parceiras e às autoridades, como prefeitura, governo, secretarias e os deputados.
Iraclézia citou a importância do produtor rural, tanto grande quanto pequeno, que garante comida na mesa de todos. Pedindo para que o governador Ratinho Júnior, secretários Ricardo Barros e Norberto Ortigara e outras pessoas segurassem vasilhas com grãos produzidos no Paraná, ela enalteceu a importância do grão para alimentar o mundo e também de quem o produz.
Parcerias são valorizadas
Maria Iraclézia também destacou a parceria com o governo do Estado e a participação de diversos órgãos estaduais na feira, como a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Parana), Sanepar, Copel, Secretaria do Turismo, Universidade Estadual de Maringá (UEM), entre outros.
“O Paraná abraça todos os setores e o governo demonstra o quanto é conectado com o agro por prestigiar nossos eventos, além de possibilitar que vários órgãos estaduais participem da feira. Temos uma parceria histórica nesse sentido. Isso demonstra o compromisso do Governo do Estado para o desenvolvimento desse setor tão importante”, completou Maria Iraclézia.

Pioneiros da Expoingá são lembrados
A presidente da Sociedade Rural fez uma homenagem também aos dois expositores mais antigos da Expoingá, Oscar Francisco Costa, da 25, que vende cocadas, e dona Leodina Soares da Silva Lima, que tem espaços para venda de batata frita e pipoca. Os dois estão presentes desde a primeira edição da Expoingá, há meio século.
O sucesso da pipoca
Quando apareceu para trabalhar na primeira edição da Expoingá, há meio século, ela era a pipoqueira Leodina. Depois de 49 edições da feira e ainda alguns anos sem realização devido à pandemia da covid-19, ela é dona Leodina Soares da Silva Lima, empresária do ramo alimentício, dona de vários estandes e barracas que vendem batata frita e pipoca em todas as feiras agropecuárias do Paraná.
Hoje, aos 80 anos e sem precisar se esforçar tanto na feira, dona Leodina conta que a pipoca está em sua vida desde muito antes do nascimento da Expoingá. Seu marido, José Pereira de Lima, tinha carrinho de pipoca e vendia pipoca, paçoquinha, pé-de-moleque e canudo de doce de leite na esquina das avenidas Brasil e Duque de Caxias, em frente à Casas Pernambucanas. O negócio cresceu, mais um carrinho foi comprado e ela também começou a vender. Primeiro foi na esquina das avenidas Brasil e Paraná, em frente à Casa Recco, que 50 e tantos anos atrás era uma das principais lojas de calçados de Maringá. Mas trabalhou também em frente ao Hospital Santa Rita, na Praça José Bonifácio e em outros pontos de grande movimento de pessoas.
Zé Pereira e Leodina chegaram a ter vários carrinhos e tiveram que contratar pessoas para trabalhar. Quando aconteceu a primeira Expoingá, o casal reservou espaço próximo à arena de rodeios, onde aconteciam também os shows musicais.
Na época, a pessoa pagava só para entrar no parque, não precisa pagar para assistir aos shows e rodeios e assim os pais podiam gastar alguns trocados para satisfazer os desejos dos filhos. E os desejos dos filhos passavam por pipoca e os doces dos carrinhos de Leodina e Zé Pereira.
O tempo passou, outras Expoingás foram acontecendo e o casal trocou o carrinho por uma barraca, depois mais de uma barraca, mais adiante várias barracas. Os filhos Sérgio e Alexandre cresceram e também foram para o parque ajudar os pais. As barracas viraram estandes e a família passou a trabalhar também em outras exposições. Hoje, estão em todas as mostras agropecuárias do Paraná.
Zé Pereira morreu alguns anos atrás, mas a família continuou no ramo e, segundo dona Leodina, com disposição para muitas outras Expoingás.