Independentemente do fim ou não da pandemia da covid-19, os grupos de folia de reis estão de volta às cidades com todo seu explendor, fortalecendo uma das mais festivas das tradições católicas, parte das comemorações alusivas ao nascimento de Jesus. Em Maringá, a folia de reis Unidos com Fé percorre as ruas levando seus 30 anos de estrada, cultura e fé.
Com violões, violas, bandolas, pandeiros, surdo e apito, os 13 integrantes da Unidos com Fé levam a mensagem do nascimento do menino Jesus. Além dos bairros de Maringá, a bandeira vai também à rural e distritos. Nesta terça-feira, 3, por exemplo, os representantes dos reis magos Gaspar, Belchior e Baltazar apresentam seus cânticos no distrito de Iguatemi.
Além dos instrumentistas e cantores, muito chama a atenção o Palhaço, personagem mais marcante de cada bandeira de reis. Ele simboliza os soldados do Rei Herodes, que na época sentiu seu reinado ameaçado e ordenou a morte de Jesus Cristo – as máscaras simbolizam o terror ocasionado por eles. No entanto, segundo a história, muitos soldados pulavam e cantavam para distrair outros soldados com o objetivo de facilitar a fuga do recém-nascido.
A bandeira, símbolo maior do reisado, é considerada sagrada. Abençoada por um padre, está posicionada sempre à frente dos foliões. Nela estão ilustrados a Sagrada Família, Jesus, Maria e José, além dos três reis e a estrela representando a luz que os guiou. Muito enfeitada com laços e flores, também recebe fotos de pessoas que fazem promessas.
A “saída” da companhia, como tradicionalmente é chamada, ocorre todos os anos no dia 24 de dezembro, com término sempre programado para 6 de janeiro, que é o Dia de Reis. “Como recebemos muitos pedidos vamos estender as visitações até domingo, dia 8”, informou o folião Miguel Barticiotto, de 77 anos, que saiu com a primeira folia de Reis de Maringá em 1959, a Folia dos Mineiros.