Um ginásio de esportes novinho, mas que nunca foi usado pela comunidade do bairro, fica abandonado, o mato cresce tanto no pátio quanto na calçada da frente e dos lados, a fiação elétrica é roubada, sanitários destruídos, cozinha tem torneiras e pias roubadas, todo o entorno vira depósito de lixo e água podre, criadouro de baratas, escorpiões e mosquito da dengue. Isto é real e acontece no bairro Santa Felicidade, na zona sul de Maringá, mesmo bairro em que também uma escola e um centro de convivência foram abandonados, depredados e viraram moradias de indigentes.
“Isto acontece aqui, somente aqui no Santa Felicidade, porque este é um bairro esquecido pelas autoridades, é um bairro que sofre preconceito”, disse uma mulher que preferiu que seu nome não seja citado.
Segundo ela, todo o bairro sofre com abandono, mas o caso do ginásio de esportes é bem visível, é uma obra cara, feita com dinheiro público e depois abandonada sem ser usada.
“Ao invés de ser um patrimônio para uso da comunidade, o ginásio se tornou um problema para o bairro, hoje é frequentado somente por usuários de drogas”, disse outra vizinha. “Algumas pessoas têm até medo de passar pelas ruas próximas ao ginásio, tão grande é a quantidade de ‘noiados’ usando drogas e bebendo cachaça, deitados nas calçadas”.
“Construíram um ginásio de esportes para usuários de drogas, escorpiões e Aedes aegypti, enquanto nossos filhos, se quiserem praticar esportes, têm que ir a outros bairros.
Como nem o prefeito, nem vereadores visitam o bairro para ver de perto o problema, há menos de um ano o líder comunitário Osmar Batista, fundador do Centro Cultural Jhamayka e organizador de eventos para a população, levou o vice-prefeito Edson Scabora para conhecer a situação do ginásio de esportes abandonado. Providências foram prometidas e a população cobra que elas ocorram logo.