O ginecologista Felipe Sá Ferreira, de Maringá, preso em junho acusado de abusos sexuais por mais de 40 pacientes, ganhou o direito de permanecer em prisão domiciliar até o julgamento.
Apesar de não estar mais em uma prisão, Sá terá usar tornozeleira eletrônica, não poderá sair de casa e terá que comparecer no fórum em datas determinadas.
Felipe Sá estava na Penitenciária Estadual de Maringá (PEM) depois de ter permanecido um período no Complexo Médico Penal, em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.
Ele está preso desde junho, depois de ser denunciado por pacientes que afirmaram ter sido abusadas pelo profissional. Algumas disseram que ele chegou a usar hipnose para atingir seus intentos. No começo, eram três mulheres, mas, após a prisão, dezenas de outras pacientes também alegaram ter sido vítimas do ginecologista.
De acordo com o delegado Dimitri Tostes Monteiro, titular da Delegacia da Mulher de Maringá, quase todas as supostas vítimas confirmaram em depoimentos que sofreram abuso dentro do consultório do profissional, uma das mulheres relatou que, a pretexto de exame, o médico começou a massagear o clitóris dela. Outra apresentou na Delegacia mensagens eróticas em seu WhatsApp enviadas pelo médico.
Além dos casos ocorridos no consultório, há casos de abuso também em uma faculdade de Maringá em que Sá Pereira lecionou no curso de Medicina. Duas ex-alunas o acusam.
“Durante todo o pré-natal, meu marido me acompanhou. E aí teve uma consulta que eu acabei indo sozinha. Ele (Felipe Sá) pediu pra que eu fechasse os olhos, que eu me imaginasse num lugar paradisíaco, contou até dez, estalou os dedos. Mas nenhum momento eu estava hipnotizada, eu estava em sã consciência. Ele falou: não, é sério. Se imagine tendo relações sexuais só com coisas que estejam dentro dessa sala. Aí ele começou a pegar pesado do tipo, você se tocaria agora?”, relatou uma mulher, em entrevista ao “Fantástico”, da Rede Globo.