Inaugurado nesta segunda-feira, 16, e apresentado como uma das mais importantes obras públicas do Paraná nos últimos anos, o Hospital da Criança Irmã Maria Calista começa a funcionar nesta terça-feira com 61 leitos de internação, três salas de cirurgia e 23 consultórios, devendo fazer uma média de 300 internações por mês, 2,7 mil consultas, 980 atendimentos no pronto-socorro e 240 procedimentos no Hospital Dia, voltado para cirurgias de baixa complexidade.
Equipes e equipamentos vão aumentar por etapas até chegar ao funcionamento pleno daqui a quatro anos, quando os 13 blocos estarão funcionamento, 40 leitos de UTI nas alas pediátrica e neonatal, 148 leitos de enfermaria, centro cirúrgico, hospital-dia, centro de especialidades, duas recepções, laboratório, centro de imagens e uma ala de ensino e pesquisa. Quando atingir a capacidade plena, o hospital contará com mais de 1,1 mil funcionários.
Com 24,2 mil metros quadrados de área construída, a megaestrutura recebeu um investimento de R$ 181,8 milhões, cobertos pelo governo do Estado, Prefeitura de Maringá, governo federal e a Organização Mundial da Família (WFO), que bancou os primeiros 10 milhões de dólares (cerca de R$ 55 milhões) e cuidou da construção.
Maringá construiu hospital para 212 cidades
A inauguração do Hospital Infantil de Maringá, na manhã desta segunda-feira, contou com a presença de representantes de todos os setores envolvidos com a implantação da estrutura e com o trabalho que será feito a partir desta terça-feira. Além do governador Carlos Massa Ratinho Júnior (PSD), o prefeito Ulisses Maia (PSD) recebeu o superintendente do Ministério da Saúde, farmacêutico sanitarista Luiz Armando Erthal, que representou a ministra Nisia Trindade; e a voluntária Rosina Bahia Alice Carvalho dos Santos, presidente de Honra da Liga Álvaro Bahia Contra a Mortalidade Infantil, organização sem fins lucrativos que administra o hospital de Maringá e outras cinco instituições voltadas à saúde da criança e do adolescente, entre elas o Hospital Martagão Gesteira, maior hospital infantil público do Nordeste, com sede em Salvador, Bahia. Dona Rosina é neta do médico Álvaro Pontes Bahia, que fundadou a Liga há 100 anos.
Para o governador Ratinho Junior, o complexo se une a outras unidades especializadas ao atendimento pediátrico do Paraná, como os hospitais Pequeno Príncipe e Erastinho, em Curitiba, e Waldemar Monastier, em Campo Largo. “Estamos inaugurando um dos maiores complexos hospitalares infanto-juvenis do Brasil, uma obra gigante, com os melhores equipamentos disponíveis para fazer esse atendimento e, acima de tudo, um sonho de Maringá e do Paraná”.
“Ele vai atender, além de Maringá, quase 200 cidades paranaenses, ampliando o atendimento especializado de nossas crianças, já que se junta a importantes complexos pediátricos do Paraná”, ressaltou o governador. “Tanto a parte física e estrutural deste hospital, como o volume de equipamentos de alta tecnologia, vão dar uma tranquilidade para os pais e mães quando seus filhos precisarem de algum tipo de atendimento”.
Além do valor destinado à construção, a Sesa já garantiu o repasse de R$ 72 milhões, divididos em parcelas de R$ 1,5 milhão, para o custeio do hospital pelos próximos dois anos. A nova unidade prestará atendimento a crianças e adolescentes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo serviços de média e alta complexidade ambulatorial e hospitalar, e será referência para 4 milhões de pessoas de 115 municípios de toda a macrorregião Noroeste.
O recurso estadual deverá ser incorporado ao teto financeiro de média e alta complexidade do município de Maringá, que possui gestão plena do SUS e também vai entrar com um recurso mensal de R$ 1,5 milhão.
Era só um centro de pesquisas
O deputado licenciado Ricardo Barros (PP), atual secretário de Indústria e Coimércio do Paraná, disse que o Hospital da Criança de Maringá é resultado da vontade e empenho de várias pessoas.
Ele contou que era ministro da Saúde do governo Dilma Roussef quando sua filha Maria Victoria, iniciando mandato de deputada estadual, sugeriu a instalação em Maringá de um centro de pesquisas de doenças raras. Ele, ministro, pediu à equipe para analisar o pedido e lhe foi informado que seria necessário um hospital para funcionamento do centro.
“Eu liguei para o Ulisses [Ulisses Maia, prefeito de Maringá] para falar do caso e ele topou na hora (viabilizar um hospital). Ligamos para a Organização Mundial da Família, a WFO, que tem experiência com hospitais infantis, e a instituição também decidiu participar”.
Todos unidos, não importa o partido
O prefeito Ulisses Maia debitou a execução de uma obra de tal porte ao fato de em Maringá as divisões políticas se limitarem às eleições. “Fui candidato a prefeito em 2016 contra o Silvio [Barros, irmão de Ricaredo Barros] e menos de um ano depois o Ricardo e eu estávamos trabalhando juntos no projeto do hospital. O Enio Verri é do PT, que também foi nosso adversário eleitoral, mas se juntou a nós”.
Maia citou também que três administrações estaduais trabalharam para a viabilização do hospital. Começou quando o goverador era Beto Richa (PSDB), depois veio Cida Borghetti (PP) e nos últimos anos Ratinho Júnior.
“Todos os deputados federais da região assumiram essa ideia e trabalharam muito. Depois de ter sido ministro, Ricardo Barros foi o deputado que trabalhou diariamente com a prefeitura. Assim foi o deputado Enio Verri, o Luiz Nishimori e o deputado Fahur. Também nossos deputados estaduais, Maria Victoria, Evandro Araújo, Do Carmo, Soldado Adriano, Aparecido Jacovós e Doutor Batista. Nós sempre trabalhamos juntos. Harmonia, paz, entendimento, trabalhamos juntos, desinteressadamente”.
Irmã Maria Calista, tudo a ver com saúde
O Hospital da Criança leva o nome de Irmã Maria Calista, freira alemã que se mudou para o Brasil em 1956. Formada como enfermeira obstétrica, atuou por mais de 50 anos na Santa Casa de Misericórdia de Maringá, ficando conhecida na cidade por ter auxiliado muitas mães a trazer seus filhos ao mundo. Irmã Maria Calista, que completaria 100 anos em 2024, faleceu em julho de 2013, vítima de um infarto.
Participaram da solenidade o chefe da Casa Militar, tenente-coronel Marcos Tordoro; o secretário licenciado da Indústria, Comércio e Serviços, Ricardo Barros; o superintendente do Ministério da Saúde no Paraná, Luiz Armando Erthal; o reitor da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Leandro Vanalli; o presidente da Associação dos Amigos do Hospital da Criança de Maringá, Agnaldo Rossini; os deputados federais Beto Preto e Luiz Nishimori; os deputados estaduais Soldado Adriano José e Do Carmo; e a ex-governadora Cida Borghetti.
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