A Prefeitura de Maringá, por meio da Gerência de Diversidade, vinculada à Secretaria de Juventude e Cidadania, está oferecendo acolhimento psicológico gratuito à população LGBTQIA+ que esteja em vulnerabilidade social e com idade acima de 18 anos. As inscrições vão até sexta-feira, 30. Para se inscrever, basta clicar aqui ou dirigir à Secretaria de Juventude e Cidadania, localizada na Rua Luiz Gama, 89.
A proposta do acolhimento psicológico é uma das políticas públicas desenvolvidas pela Secretaria. Segundo o Gerente de Diversidade, Saulo Gaspar, o espaço será acolhedor, respeitando a privacidade e confidencialidade, para conversas, escutas, vivências e realidades.
É importante lembrar que promover acolhimento psicológico para o público LGBTQIA+ não é um privilégio e sim uma política pública de direito diante de uma sociedade que ainda está caminhando para reconhecer a diversidade sexual e de gênero. Para as pessoas LGBTQIA+, a discriminação e exclusão social é algo que afeta a sanidade mental e o sentimento de não pertencimento em muitos ambientes que prezam a “normalidade” em corpos que são cis-heterossexuais (cis: prefixo que refere-se a quem se identifica com o gênero que lhes foi instituído).
Outro fator importante para a existência da política do acolhimento está nas altas taxas de suicídio, ansiedade e depressão que a população LGBTQIA+ apresenta. Segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no mundo, atrás apenas de acidentes de trânsito. Um dos motivos está ligado à questões de sexualidade e gênero e não aceitação pública do indivíduo.
Em Maringá, segundo o mapeamento LGBTQIA+ realizado no começo desse ano, muitas pessoas revelaram que necessitam desse apoio psicológico e que os serviços convencionais de saúde não conseguem satisfazer. Segundo a pesquisa, 43,8% da população deixaram de procurar serviços de saúde por medo de sofrerem algum tipo de preconceito e/ou discriminação e, em decorrência disso, além da saúde mental e psicológica, 16,8% já tiveram dificuldades em procurar atendimento médico por ser transexual ou travesti.