Leilão de O Diário encerra história de quase meio século

Em atendimento às medidas de prevenção a covid-19, evitando aglomeração de pessoas e contatos físicos, o leilão dos bens de O Diário acontece somente via Internet

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Dois terrenos que somam 4 mil metros quadrados, um deles com prédio de três andares e um barracão com acesso pela Avenida Horácio Raccanello, devem ser vendidos na próxima terça-feira,30, no segundo leilão da massa falida da Editora Central, dona do jornal O Diário do Norte do Paraná. No primeiro leilão, dia 16, não houve lance para os imóveis e neste segundo os lances começam a partir de 50% da avaliação oficial, de R$ 11 milhões. 

leilão dos bens foi determinado pelo Tribunal de Justiça do Paraná para pagar dívidas feitas pela empresa, com prioridade para as causas trabalhistas. Os acertos com funcionários que foram demitidos sem receber ou que se demitiram depois da greve para cobrar salários atrasados somam cerca de R$ 6 milhões, mas a empresa tem dívidas também com fornecedores e bancos. 

O Diário/Editora Central estava em Recuperação Judicial desde 2017 e teve falência decretada há dois anos diante da ausência de empenho da empresa para atender os compromissos firmados no processo de Recuperação Judicial. 

A previsão de imobiliaristas e de investidores com experiência em leilões judiciais é de que os dois imóveis, que formam um mesmo lote, serão arrematados por mais de R$ 6 milhões, podendo chegar a R$ 7 milhões ou até acima. O leiloeiro oficial, Werno Klöckner, diretor da Klöckner Leilões, considera que o leilão deve despertar o interesse de investidores de todo o Paraná e até de outros Estados, pois não é sempre que se encontra imóveis em região tão valorizada pela metade do valor. Os dois prédios de O Diário em tempos normais poderiam ser avaliados acima de R$ 15 milhões. 

Além dos imóveis, ficaram para o segundo leilão objetos que não tiveram lances no leilão do dia 16, como vários aparelhos de ar condicionado, computadores, armários, mesas, cadeiras de escritório, arquivos, até botijões de gás. 

Por determinação do Tribunal de Justiça do Paraná, o leilão acontecerá somente pela internet, no site da Klöckner ([www.kleilões.com.br]www.kleilões.com.br). Quem pretende oferecer lances deve antes preencher um cadastro junto à leiloeira, no mesmo site. 

O leiloeiro oficial, Werno Klöckner, diretor da Klöckner Leilões, destaca que os interessados em dar lances devem antes se inscrever no site da empresa. ARQUIVO PESSOAL 

Fim de uma história de 45 anos 

leilão da massa falida de O Diário é o ponto final da história do maior jornal que existiu no noroeste paranaense, uma referência em qualidade jornalística e gráfica, por onde, durante 45 anos, passaram milhares de profissionais de diferentes áreas. Seis anos atrás o Diário tinha 340 trabalhadores, imprimia cerca de 17 mil exemplares diariamente e era entregue em residências e empresas de cerca de 10 mil assinantes. Suplementos setorizados cobriam semanalmente os bairros de Maringá e segmentos como imobiliárias, condomínios, saúde, agronegócio, educação e outros. A publicação “O Diário na Escola”, que tornou-se modelo para jornais de vários Estados, levava conhecimento, informação, entretenimento e prática de leitura e produção de textos a crianças de escolas de todos os municípios da região, além de treinamento de professores. 

Há décadas O Diário acabou com sua rede de sucursais, mas em contrapartida mantinha equipes percorrendo todos os municípios da região de Maringá. 

Um marco na história de O Diário foi a reestruturação do site do jornal. odiario.com, com entradas também com maringa.odiario.com e odiariomaringa.com, que mantinha uma equipe independente da Redação do jornal e ainda contava com material produzido pelo jornal, chegou a ocupar o segundo lugar entre os portais de notícias do Paraná. 

Na primeira e segunda praças do leilão judicial, até o nome do jornal, o logotipo e o domínio do portal na Internet passam para outros donos. Ou simplesmente desaparecerão. 

Os dois prédios de O Diário em tempos normais poderiam ser avaliados acima de R$ 15 milhões. DIVULGAÇÃO

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