Leilão do O Diário será terça ao vivo pela internet

Uma geladeira de quatro portas será vendida a partir de R$ 200 e computadores poderão custar pouco mais de R$ 200, fazendo do leilão uma boa oportunidade de negócio; interessados podem visitar as instalações do jornal para conhecer os prédios e os lotes de objetos que serão leiloados

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PATRIMÔNIO. O leilão da massa falida de O Diário começa às 15 horas na sala de leilões da Klöckner, não será admitida presença de público. —FOTO-DIVULGAÇÃO

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Todo o patrimônio do jornal O Diário do Norte do Paraná, que por 45 anos foi uma das mais influentes e bem sucedidas empresas de comunicação do Paraná, começa a ser leiloado na próxima terça-feira, dia 16, e todo o dinheiro que for levantado com as vendas judiciais será destinado a acertos com funcionários que foram demitidos ou demitiram a empresa e não receberam seus direitos, por isso tiveram que recorrer à Justiça do Trabalho.

Dois terrenos na Avenida Mauá, próximos à Paróquia São José Operário, de mil metros quadrados cada um, ambos com construções em bom estado de conservação, são os itens mais valiosos do leilão, avaliados em pouco mais de R$ 11 milhões, mas a previsão é de que não serão arrematados em primeira praça – deixar para um segundo leilão é uma estratégia contumaz entre pessoas e empresas que atuam na área de leilões judiciais. Se esta tendência se confirmar, o segundo leilão já está marcado para o próximo dia 30 e os lances começam a partir de 50% do valor da avaliação, ou seja, pouco mais de R$ 5,5 milhões.

Pessoas acostumadas a participar de leilões judiciais e que conhecem bem a realidade do setor imobiliário de Maringá dizem que o mercado de imóveis na cidade esteve bastante aquecido até quatro anos atrás, quando os prédios de O Diário poderiam ser avaliados acima de R$ 16 milhões, mas que hoje a situação não é tão favorável. Elas acham que a venda acontecerá, sim, mas somente no segundo leilão. A previsão é de que os dois terrenos com os prédios serão arrematados por mais de R$ 6,5 milhões.

De coifa a LPs

O leiloeiro oficial Werno Klöckner Júnior, diretor da Klöckner Leilões, com seus 20 anos de experiência, diz que a disputa pelos terrenos e prédios deve envolver profissionais do setor imobiliário e grandes investidores, mas pessoas sem qualquer experiência em leilões poderão fazer bons negócios disputando os demais bens postos em leilão, como um utilitário Fiat (Fiorino), uma cozinha industrial que pertencia ao refeitório da empresa, aparelhos de ar condicionado, computadores de mesa, mesas, cadeiras estofadas, além da discoteca que pertenceu à Rádio Cultura, a mais antiga emissora de rádio do noroeste paranaense, com mais de 7 mil long plays (LP, o famoso disco de vinil), CDs e mais de 400 fitas VHS.

De acordo com Klöckner, embora todos os artigos sejam vendidos somente em lotes, a compra pode ser altamente vantajosa para quem os arrematar devido aos baixos preços. O fogão industrial de quatro bocas, por exemplo, tem seu valor mínimo fixado em R$ 100, qeladeira industrial de quatro portas está avaliada em R$ 200 e os aparelhos de ar condicionado poderão ser adquiridos a partir de R$ 150 cada um.

Aberto ao público

O leilão da massa falida de O Diário começa às 15 horas na sala de leilões da Klöckner, mas desta vez, por determinação do Tribunal de Justiça do Paraná, não será admitida presença de público. O Decreto do TJPR sobre o distanciamento social, tão somente na modalidade eletrônica, vai perdurar em toda a pandemia da covid-19. Mas, segundo Werno Klöckner, ao mesmo tempo em que a ausência de pessoas evita a disseminação do vírus, por outro lado facilita que qualquer pessoa participe ou apenas acompanhe via internet, com boa qualidade de imagem e som pelo site www.kleiloes.com.br.

O leiloeiro destaca que os interessados em dar lances devem antes se inscrever no site da empresa.

Considerado o terceiro maior jornal do Estado, em torno do qual orbitavam corolários como Rádio Cultura AM, uma editora de livros temáticos, a empresa que mantinha o direito de explorar propagandas nos veículos do transporte público em Maringá e um dos mais poderosos sites de notícias do Brasil, que chegou a ter 100 mil acessos em um só dia, o O Diário teve sua falência decretada há dois anos, capítulo mais dramático de uma crise que se agravava ano a ano desde 2015. Um ano antes da falência a empresa foi palco da mais longa greve de jornalistas da história do Brasil, sendo que todos, que reclamavam pagamentos atrasados e os depósitos para o Fundo de Garantia, tiveram que demitir a empresa, que por sua vez não conseguiu recompor a Redação com profissionais do mesmo nível.

Desde 2017 a Editora Central, proprietária de O Diário, estava em recuperação judicial, quando pode renegociar suas dívidas, mas vinha descumprindo o parcelamento de dívida tributária. A falência foi decretada quando a juíza da 1ª. Vara Cível de Maringá, Mariana Pereira Alcântara Magoga, foi alertada que a empresa buscava se utilizar da recuperação judicial para dilapidar seu patrimônio.

VIA LANCE. O leiloeiro Werno Klockner, diretor da Klockner Leilões que organiza a comercialização de bens do extinto jornal a partir desta terça-feira, (16). —FOTO-ARQUIVO PESSOAL

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