O mês da Consciência Negra, período em que tradicionalmente a Câmara de Maringá abre espaço para ações do movimento negro, igualdade racial e combate ao racismo, desta vez começa com uma das das principais referências do movimento sendo demitida da Câmara. A presidente do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, Gislaine Gonçalves, mais conhecida como Mãe Gi, foi exonerada do cargo de assessora adjunta da Procuradoria da Mulher da Câmara de Maringá.
A decisão teria sido da presidente da Câmara, Majô Capdebosqu (PP), e não foram apresentadas justificativas para o ato.
A demissão repercutiu entre representantes de movimentos sociais, entidades e lideranças políticas da cidade. Reconhecida por sua trajetória na defesa dos direitos humanos, Mãe Gi, além de presidente do Conselho, atua há décadas em pautas voltadas à justiça social, combate ao racismo e acolhimento de mulheres vítimas de violência e assédio.
Em nota, a procuradora da Mulher, vereadora Professora Ana Lúcia (PDT), destacou o trabalho desenvolvido por Mãe Gi na Procuradoria, ressaltando que ela esteve à frente da escuta de mulheres vítimas de assédio na gestão municipal, encaminhando as denúncias às autoridades competentes.
“Após essa escuta, as denúncias seriam encaminhadas às autoridades competentes. Espero que esta não tenha sido a motivação de sua exoneração”, diz um trecho da nota.
O texto também manifesta solidariedade à ex-assessora:
“Me solidarizo com Mãe Gi, mulher, negra, religiosa, líder atuante na construção de uma política pública antirracista, inclusiva e verdadeiramente democrática em Maringá.”
Até o momento, a presidência da Câmara Municipal não se pronunciou oficialmente sobre os motivos da exoneração.
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