No dia do gari, profissionais relatam perigos e dificuldades na coleta de lixo em Maringá

No dia do gari, profissionais relatam perigos e dificuldades na coleta de lixo em Maringá

Paulo Sérgio dos Santos é gari há três anos em Maringá. Foto: Arquivo Pessoal

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Assim como o sol ao nascer dá um espetáculo todo especial e a maioria da plateia continua dormindo, quase invisíveis aos olhos de todo ser humano, ele está lá todos os dias modificando o ambiente, transformando e fazendo o mundo ficar mais belo, limpo, seguro, organizado e protegido.

Quando todos já se divertiram e vão descansar, deixando seus restos de descartes fúteis, ele conduz sua jornada rotineira nas cidades durante o turno que a maior parte das pessoas não trabalham. Considerada uma profissão que ainda não tem excelência, seja talvez pela correria do dia a dia, mas basta a ausência da sua cooperação e todos sentem e notam a falta desse personagem fantástico. Não é um super-herói de quadrinhos, mas é importante para a sociedade, é um herói de verdade. Sem eles, o cenário urbano entra no caos, proporcionando poluição atmosférica, da água, solo e visual, além de doenças para a população, provocando danos à saúde dos indivíduos.

Em Maringá, a jornada de trabalho do profissional da coleta seletiva é de 8 horas diárias, de segunda a sexta-feira, formada por equipes da prefeitura. Já a coleta convencional, são de 6 horas diárias, de segunda a sábado, com funcionários terceirizados.

Jonas Teixeira Garcia, 53, é gari há 10 anos na cidade. Ele revela que percorre em média de 10 a 20 km por noite. De segunda, quarta e sexta, é feita a coleta no Jardim Alvorada. Já de terça, quinta e sábado, na Zona 7. Para Garcia, a maior preocupação na pandemia é com a família. “Trabalhamos com medo de pegar algum lixo contaminado. A gente gostaria que tivessem mais campanhas nos rádios, televisão e jornais falando das nossas dificuldades”, diz.

No ano passado, ele teve um acidente de trabalho, cortou a perna. “Fui pegar um lixo na lixeira, era um lugar escuro e haviam muitos cacos de vidro grandes de box encostados na lixeira. Eu não vi, fui passar correndo pegar a sacola e cortei a perna. Foram 22 pontos. No dia seguinte, dei uma entrevista no rádio explicando como as pessoas devem fazer com os cacos de vidro e seringas, para proteger o gari. Dependemos desse serviço, temos família.”

Paulo Sérgio dos Santos, 23, é gari da coleta orgânica há três anos. Ele explica que muitas pessoas não separam corretamente o lixo. “A gente acaba cortando mão, perna, caindo.”

De acordo com Santos, com a pandemia, a quantidade de lixo e a maneira errada de ser descartada aumentou radicalmente. “Encontramos bastante seringas, e muitas vezes, furamos a mão e temos que tomar coquetel. Já encontramos cerca de 200 seringas uma vez.”

Jonas e Paulo são alguns dos nossos super-heróis garis. Eles fazem um apelo para a população para descartarem o lixo com segurança, proteção e de forma correta, para que as vidas deles sejam preservadas, e que assim, eles possam também continuar preservando vidas.

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