Dois prédios com frente para a Avenida Mauá, que abrigaram a área administrativa e a Redação do jornal O Diário, um deles com três andares, mais um barração com frente para a Avenida Horácio Raccanello, somando 3,7 mil metros quadrados de área construída em terreno de 4 mil metros quadrados, serão leiloados no próximo dia 16.
Todo o montante que for arrecadado será destinado ao pagamento de dívidas que a Editora Central, proprietária do jornal, tem com empregados, alguns com até 35 anos de trabalho na empresa. Como os empregados têm prioridade para receber, os demais credores da empresa, que vão de prestadores de serviços a fornecedores de insumos e bancos, não devem receber.
Os imóveis estão avaliados em R$ 11 milhões. O vencedor será quem oferecer o maior lance, desde que não seja inferior ao valor da avaliação e se houver apenas um licitante cadastrado os ítens serão arrematados pelo valor da avaliação. Se não houver interessados, um segundo leilão acontecerá no dia 30 de março, onde os lances mínimos começam a partir de 50% do valor da avaliação.
Na opinião do leiloeiro Werno Klöckner Júnior, diretor da Klöckner Leilões, este deverá ser um leilão histórico em Maringá e um mês antes da data determinada várias pessoas já entravam em contato para obter informações e mesmo para se inscrever. Além dos imóveis, todos os objetos que se encontravam em seu interior quando da decretação da falência, há um ano e 10 meses, como um utilitário Fiat Fiorino, motocicletas, computadores, refrigeradores, móveis, aparelhos de ar condicionado e outros, também serão leiloados, divididos em 89 lotes.
Segundo Klöckner, tanto os prédios quanto os demais objetos poderão ser vistos pelos interessados, que terão três dias para visitação às instalações, dias 10, 11 e 12 de março.
“Este leilão está despertando muito interesse porque trata-se de uma empresa muito conhecida e como será um leilão eletrônico, só pela Internet, as pessoas poderão assistir e dar lances de onde estiverem, pelo computador e até pelo smartfone, não se envolvendo em aglomerações”, diz Werno Klöckner.
Funcionários são prioridade
O leilão dos bens do O Diário acontece às vésperas de completar dois anos que a Justiça decretou a falência da empresa, que havia entrado em processo de Recuperação Judicial dois anos antes. Na época, a juíza de direito substituta Mariana Pereira Alcântara Magoga, da 1ª Vara Cível de Maringá, levou em consideração o argumento da Fazenda Nacional, segundo a qual a editora vinha descumprindo o parcelamento de dívida tributária, um débito superior a R$ 4 milhões, sustentando que a empresa buscava se utilizar da recuperação judicial para dilapidar seu patrimônio e se esquivar de suas obrigações.