Biocarvão, que evita danos à saúde das aves e dos trabalhadores em granjas, rende nova patente à UEM

granjas

Com o biocarvão criado por pesquisadores da UEM será possível melhorar o ambiente das granjas Foto: Leo Drumond/Ed. Globo

A Universidade Estadual de Maringá (UEM) acaba de receber mais uma carta patente de produto desenvolvido por pesquisadores da instituição. Com mais esta concessão, a Universidade passa a ter 66 patentes emitidas pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A concessão foi para a invenção do produto verde “biocarvão ativado e biocarvão enriquecido com nitrogênio para aplicação como adsorventes de amônia em galpões aviários e condicionadores de solo”.

De acordo com os inventores, Vitor de Cinque Almeida, professor associado da UEM e pesquisador Nível 1C do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e Amanda Ronix, doutora e pesquisadora do Instituto Internacional para Sustentabilidade, o produto patenteado tem como finalidade evitar que o gás amônia (NH3), proveniente da decomposição microbiana do ácido úrico, eliminado nas fezes das aves, esteja presente em grande quantidade na atmosfera do aviário.

Minha Página AMP

Além de reduzir os danos à saúde dos animais e de trabalhadores da agroindústria, o material obtido do uso da remoção de amônia nos aviários consiste em um bom condicionador do solo, melhorando sua fertilidade e consequentemente o cultivo de plantas.

“O principal benefício é proporcionar um maior controle de amônia e outros gases, como por exemplo o CO2, nos aviários, de modo a contribuir para o bem-estar das aves, bem como dos funcionários que ali trabalham, e consequentemente maior produção avícola”, frisa Almeida.

Produto sustentável

O novo produto tem ainda característica sustentável já que após a adsorção dos gases dos aviários, ele se transforma em um potente fertilizante, que promove a melhoria das propriedades físicas, físico-químicas e da atividade biológica do solo.

O biocarvão pode auxiliar no controle do ambiente dos aviários, de modo a exigir um menor gasto de energia com ventilação, além de controle de temperatura em períodos de frio. O baixo custo do material carbonáceo responsável pela adsorção dos gases no ambiente avícola é também uma vantagem econômica. Outro benefício é que sua composição é obtida de fonte renovável, sendo também uma alternativa a mais ao uso de gesso ou como composto.

“Consideramos que a patente verde obtida pode ser de grande interesse para os avicultores de modo a contribuir para remediação de amônia e outros gases prejudiciais ao ambiente nos aviários e obter um material com boas características para serem aplicados como condicionadores de solos. O material final pode ter valor agregado, além de se apresentar no ciclo de sustentabilidade”, conclui Ronix.

O produto é resultado de quatro anos de pesquisa e faz parte da tese de doutorado da pesquisadora Ronix, além de muitos outros anos de pesquisas que envolveram materiais de carbono.

“A próxima fase é encontrar avicultores que estejam interessados em utilizar o invento em seu próprio aviário. Além disso, estão sendo realizados estudos complementares para melhorar as características do material após seu uso nos aviários”, revela Ronix.

Segundo o assessor técnico em Gestão da Propriedade Intelectual, Angelo Marcolino Junior, a UEM aguarda a análise de outros 65 pedidos que estão depositados junto ao INPI.

Sair da versão mobile