Braço do Centro de Difusão Musical (CDM), que existe há 11 anos no Sesc fazendo a diferença em Maringá, a Turma de Violões e Violas Caipiras é um projeto novo coordenado pelo orientador de atividades Marcelo de Souza, que entrou para a unidade maringaense do Serviço Social do Comércio em 2023 quando abriu uma vaga sob a gestão de Ricardo Agostini na coordenação técnica.
Segundo Souza, a ideia era somar com aquilo que já era feito no Sesc, como a Orquestra, e outros projetos na Cidade Canção. Assim, na volta das férias em janeiro de 2024, o orientador conversou com o violeiro e maestro da Orquestra Maringaense de Viola Caipira, Jean Michel, que pela amizade de quase 20 anos e sem cobrar um centavo, disponibilizou todo o material para Souza. “O início de tudo, na verdade, foi ter esse material em mãos”, recorda o orientador.
Em seguida, no mês de março deste ano, Souza propôs ao pessoal do CDM, formado geralmente por crianças e adolescentes, fazer um recital de violão e viola, algo novo. “E a criançada ficou super empolgada. O pontapé inicial foi falar para eles bem assim: “olha, como diz o Emicida, o que nós temos é nós’. Falei que eu sozinho não vou fazer nada. A gente tem estrutura, o Sesc nos dá essa liberdade, a equipe de professores aqui, sempre que precisam, contam uns com os outros. Mas a moçada vai ter que pegar o instrumento, vai ter que levar isso adiante. Eles compraram a ideia”, destacando que os alunos e alunas se dedicaram e sugeriram as músicas do repertório.
Assim, esse grupo de violeiros e violonistas vêm preparando o recital “O Som”, que será realizado na próxima segunda-feira, 28 de outubro, às 19h30, no teatro do Sesc.
Inclusive, o set list é eclético, com a tradicional moda de viola, raiz, até o pop rock, com os músicos acompanhando esses estilos.
Souza quer plantar a semente, para que mais um grupo musical possa fomentar a cultura na cidade.
Componentes
Para a apresentação de 28 de outubro, que será a primeira dessa nova turma de instrumentistas, Marcelo de Souza calcula que serão 32 músicos no palco do teatro do Sesc. Mais os convidados, que farão participações especiais com voz e instrumento.
Por exemplo, os alunos de saxofone e madeiras estão escalados para o recital. Outro grupo, que é do laboratório cultural musical, também está previsto.
Além da cantora Natalia Scatambulo, do violonista Ricardo Agostini, que estava no ensaio desta semana, de Larissa Dias, entre outros.
A previsão é de uma apresentação de pouco mais de uma hora de recital. Principalmente para não se alongar demais, pois o grupo tem repertório para mais de duas horas de música. “Eu quis também trabalhar dessa maneira: não vamos trabalhar um repertório para uma noite. Vamos trabalhar um repertório”.
O recital também terá espaço para algumas surpresas, com homenagens para pessoas que estarão dentro e fora do palco.
Arranjos
Marcelo de Souza explica que muitos dos arranjos para o repertório de “O Som” foram cedidos. Por exemplo, a partitura de “Cabecinha no ombro” foi dada pelo amigo Fábio Alencar, que tem escola de música na cidade.
Outra colaboração fundamental foi de Jean Michel que, segundo Souza, tem um trabalho de muitos anos com pesquisa musical, principalmente a viola caipira. “Ele passou um arquivo com mais de 500 músicas, cifradas, harmonizadas” explicando que, no universo da música caipira, a grande dificuldade é saber quem é o autor. Por exemplo, muitas vezes são atribuídas composições a Tião Carreiro que não são dele. “Essa pesquisa que o Jean fez, também com outras parcerias, dava o nome dos compositores”, destacando que esse estudo é totalmente confiável.
Assim, esse material serviu de base para o trabalho. Além de duas a três músicas com a mão de Souza no arranjo para transformar em algo tocável, levando em conta a diversidade da turma, que tem alunos que entraram sem saber segurar uma viola ou violão, e outros com conhecimento avançado. “O desafio foi colocar essas duas pessoas para tocar ao mesmo tempo de uma forma que quem está começando do zero esteja confortável. E quem está aqui há anos, olhar e falar ‘eu tô fazendo algo que de fato para mim é relevante’. E isso tudo soar bem para a plateia”, pensando principalmente na relevância musical para o público em geral que for ao recital.
Plateia
O orientador de atividades recorda que a princípio o recital seria na sala de cinema do Sesc Maringá. Mas depois mudou para o teatro. Agora, a preocupação é se vai caber todo mundo, uma vez que “O Som” vem ganhando repercussão.
“O que é bom. E se for assim, para o próximo ano faz um evento maior ainda. Esse não é um problema. Tudo pela cultura, tudo pela arte de cidade”, destacando que é um evento aberto a toda a comunidade maringaense. “Todos são bem-vindos, o tempo todo”.
Final do ano
Passando a noite de “O Som” (e descanso), os jovens músicos voltam às aulas e ensaios visando o recital de final do ano do Sesc, que reúne todos do CDM para apresentações ao longo de quatro dias.
O encerramento será no Teatro Calil Haddad, com a Orquestra Jovem e o Coro Infantil.
Para o ano que vem, Souza explica que a ideia é voltar com grupo ainda mais forte para o projeto de violas e violões, após um primeiro ano em que a iniciativa começou a dar seus primeiros passos. “É um projeto do CDM”, destaca o coordenador, alertando que não é seu ou de outra pessoa. Tudo feito de maneira coletiva, com colaboração de convidados, professores e músicos. “Um grande trabalho em equipe”, fortalecendo as marcas CDM e Sesc e a cena cultural de Maringá.
Ingressos
Os ingressos para o recital “O Som” começam a ser distribuídos à comunidade externa nesta quinta-feira, 24 de outubro, diretamente com Marcelo de Souza. Ele pode ser contatado pelo seu perfil no Instagram (@marcellosoulman) ou pessoalmente no Sesc Maringá (avenida Duque de Caxias, 1.517, Zona 7).
Serviço
“O Som” será apresentado dia 28 de outubro, às 19h30, no Teatro Sesc Maringá (avenida Duque de Caxias, 1.517, Zona 7).
A seguir, mais registros da aula/ensaio que a reportagem acompanhou nesta segunda-feira, 21 de outubro (Fotos: Cristiano Martinez):