Mario Tosio Miyamoto, 77, nasceu em Marialva. Os pais dele foram fundadores da cidade. Em 1933 a família carregou a mudança de Mandaguari até a fazenda onde compraram em cinco pessoas, levando 30 dias. Até os 9, Miyamoto frequentou a escola japonesa que existia no sítio. Depois disso, ele começou estudar no Grupo Escolar de Marialva, onde permaneceu por um ano.
O diálogo em sala de aula era apenas na língua nativa e enfrentou dificuldades por não saber se comunicar em português. Em seguida, foi para Londrina em um internato. Naquela época para ingressar no ginásio, era preciso fazer um exame de admissão. De cinco pessoas do internato, somente Miyamoto passou.
Depois de quatro anos estudando no Colégio Londrinense, recebeu o convite de um tio para trabalhar em um comércio da família em Maringá. Posteriormente, a mãe e os irmãos também vieram para a cidade.
Ele trabalhou por 32 anos no Supermercado Musamar e por cinco também permaneceu na sociedade de uma das franquias em Cornélio Procópio. No quarto ano, teve prejuízos: ladrões entraram na loja pelo telhado e arrombaram três cofres, levando metade dos lucros do mês, desde cheques, convênios de alimentação, dinheiro.
Após alguns meses do ocorrido, teve que fechar o estabelecimento, negociando dívidas e fazendo acordo com os funcionários. Miyamoto ficou sem dinheiro, sem emprego e sem carro, foi um dos piores momentos da vida dele.
Mas ainda existia um dos tesouros mais preciosos com ele: a família. Mario Tosio Miyamoto relembra até hoje dos obstáculos que enfrentou com a mulher e os filhos. Ele tinha que contar as moedas para comprar um pão e dividir entre eles. Foi então que um dia a vizinha chegou na casa dele com duas máquinas de costura novas.
Sem reação, respondeu que não sabia costurar. Depois daquele momento, foi se aprofundar no assunto e fez curso de corte de costura industrial. Miyamoto relata que as costas doíam devido ao trabalho cansativo.
Após uma semana, ele e a mulher já dominavam as máquinas. Sem ter a matéria-prima, resolveu gastar todo o dinheiro que tinha e investir em moldes de roupas para a costura. Ele, a mulher e a filha costuravam em média 80 peças por dia e ganhavam apenas R$ 0,20 por cada uma.
Para obter uma renda extra, começaram a fabricar linguiça para vender. Com a ida do filho para o Japão, a situação melhorou um pouco.
Após algum tempo, um primo chamou Miyamoto para trabalhar com ele como gerente administrativo por seis anos. Posteriormente, surgiu então o restaurante O Caseiro, há 30 anos em Maringá.
Mario Tosio Miyamoto está no comando do estabelecimento por volta de 7 anos, juntamente com a mulher Elia Assako Miyamoto, que é atendente no bar e a filha Luciane Tosio Miyamoto, como gerente administrativa.
O Restaurante O Caseiro tem um sabor inigualável. O carro-chefe é o frango frito, crocante por fora e macio por dentro.
Localizado no estacionamento do Supermercado Condor na Avenida Colombo, 6377, no Jardim Universitário, conta com seis funcionárias. O atendimento é de domingo a domingo das 11h15 às 14h. A refeição no serf-service de segunda a sábado é no valor de R$ 15,50, já aos domingos e feriados, R$ 19,99.
Há também a opção de marmitas P (R$ 12,00), M (13,00) e G (14,00) para retirada no local. Nas quartas e sábados, o restaurante serve feijoada, já nas quintas, yakissoba e tempura. Nas sextas, dobradinha.
Aos domingos, o cardápio é diferenciado, com lasanha, frango assado e frito, porco no tacho e saladas diversas. As marmitas neste dia são somente no tamanho M (16,00) e G (17,50). A casa está sempre cheia de clientes todos os dias.
Atualmente, Mario Tosio Miyamoto se destaca sendo proprietário de um dos restaurantes mais recomendados em Maringá, fato conquistado com muita luta e dedicação.
O excelente atendimento é o cartão de visita, além do respeito e carinho aos clientes, o que é primordial, situação conquistada pela união da família mesmo diante de muitas dificuldades. Ele e a mulher sempre permaneceram unidos perante todos os desafios e dificuldades que a vida impôs.