Semana Hip Hop é oportunidade para os excluídos, avalia Dom Preto

O Maringá

Apresentação na noite de sábado (9) de O Clã (Crédito: Cristiano Martinez)

Um dos pontos altos da primeira noite de shows da Semana do Hip Hop 2024 em Maringá foi a apresentação do coletivo de Sarandi O Clã 044, que arregimentou 13 participantes no palco montado na Vila Olímpica, na noite deste sábado, 9 de novembro.

A apresentação contou também com os irmãos do grupo maringaense Kina 19.

Por meio da batida característica da cultura urbana, o bonde passou e apresentou letras sobre a realidade periférica, do pé vermelho em Sarandi e Maringá, e muita conscientização para o público.

Inclusive, com a presença de Tati Araújo, que é PcD e resistência do movimento hip hop. Ou seja, o acolhimento não é apenas para quem está à margem da sociedade, mas também para pessoas com deficiência.

“A importância de fazer uma Semana do Hip Hop é que você dá oportunidade para os excluídos. Porque, querendo ou não, é um movimento que a sociedade não abraça”, avalia Dom Preto, que é integrante do coletivo. “A gente chegar e poder trazer o nosso protesto por meio do rap”.

Segundo Mano Shock, o objetivo da apresentação era trazer muito protesto e tudo o que se vive na realidade das ruas. “Relatar um pouco para a sociedade, vê que a gente sempre consegue construir um trabalho bonito através do hip hop”.

Segundo Dom Preto, O Clã não é um grupo que se reúne apenas para cantar e dançar. Eles levam informação, educação e cultura à periferia. “A gente tem um trabalho social que acontece em várias ‘quebradas’ da nossa região”. Atualmente, o grupo de rap tem 13 pessoas; mas a atividade social envolve entre 30 e 40 pessoas.

Eles são de Sarandi, mas extrapolam os limites geográficos, pois a periferia está em toda a parte. Assim, o coletivo está em Maringá, Paiçandu e região. “Nosso trabalho se expandiu. Exatamente por questão disso: pela falta de reconhecimento e apoio e das pessoas reconhecerem que existe ‘quebrada’, que existem pessoas que precisam desse trabalho”, diz Dom. O QG é na Show Black, uma barbearia sarandiense que funciona também como ponto cultural.

Nesse contexto, o hip hop é uma oportunidade de inclusão social para a população que vive em áreas com poucos recursos. “A gente tenta levar nas ‘quebradas’ um lado humano do lado hip hop, o lado resgatador do hip hop. Por isso, o objetivo do Clã de levar cultura”, diz Dom Preto.

Apresentação do coletivo (Crédito: Cristiano Martinez)

Virada Cultural em Sarandi
No próximo 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, O Clã vai participar da Virada Cultural em Sarandi, evento organizado pelo coletivo com apresentações de artistas locais.

Vai rolar na Praça dos Três Poderes (antigo cemitério), das 9h às 15h. Entre as atrações, oficinas de dança, rima e graffiti.

Realização
A Semana do Hip Hop 2024 é promovida pela Prefeitura de Maringá, por meio das secretarias de Cultura e Juventude, Cidadania e Migrantes (Sejuc).

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