Solo bilíngue para crianças faz cinco apresentações online

A dramaturgia surgiu inspirada no livro “Ernesto”, de Blandina Franco

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No sábado, 4, estreou no modo remoto o espetáculo bilíngue “Uma história que não se conta: Ernesto e eu”, solo do ator Renan Parma em que o artista fala português e Libras (Língua Brasileira de Sinais). A montagem tem direção de Andresa Viotti e é mais um fruto do Prêmio Aniceto Matti, edital da Secretaria Municipal de Cultura de Maringá. O evento continua nos dias 5, 10, 11 e 12 às 20h no YouTube do Arena das Artes.

Direcionada especialmente para as crianças, a peça visa abordar de forma lúdica temas como solidão, empatia, solidariedade, acolhimento, amizade e o direito de existir, da forma como somos sem qualquer tipo de preconceito. Segundo o artista, a dramaturgia surgiu inspirada no livro “Ernesto”, de Blandina Franco, mas tem construção coletiva, inclusive a partir da realização de oficinas com crianças que funcionaram como laboratórios criativos, resultando em um trabalho sensível.

“Lembro que as primeiras cenas que levantamos eram muito influenciadas pela poesia de Manoel de Barros, Cecilia Meirelles e Vinicius de Morais. Durante o processo de montagem também realizamos três oficinas para o público infantil, elas funcionaram como termômetros e de certa forma guiaram o processo de montagem”, afirma o ator Renan Parma.

A estreia foi resultado de um longo processo de pesquisa do ator, que já vinha realizando investigações em projetos culturais desenvolvidos por meio de outros editais. Enquanto professor de teatro do projeto Criança em Cena há quatro anos, Parma está muito acostumado a lidar com esse público e sentia falta de trabalhos direcionados a ele, sobretudo abordando questões consideradas “difíceis” ou inapropriadas

Além da grande responsabilidade que é atuar para as crianças, o ator ainda ressalta como é gratificante atuar nesta peça. Fico muito feliz porque o Aniceto é o maior edital de fomento artístico da cidade, movimenta todo um setor econômico. Tem também um peso e uma responsabilidade estética, uma vez que os ganhadores recebem para levantar uma produção artística do zero e um dos critérios do edital é a inovação artística”, disse.

Por ser ouvinte, o ator Renan optou por fazer uma consultoria com surdos para validar sua interpretação. “Penso a cena em português, penso a cena em Libras, estudo, faço a cena com todos os movimentos e mostro para duas consultoras, uma de Maringá e uma de São Paulo”. Tudo feito com bastante cuidado para afinar os elementos visuais.

Segundo a diretoria, é difícil mensurar uma expectativa de público quando se fala de uma atividade remota durante os dias de espetáculo, principalmente quando o público alvo são as crianças. Mas como muitas se viram dentro do processo de criação do projeto, por meio das oficinas, as crianças acabam sendo públicos alvos e também divulgadores da peça. Fora isso o modo online também traz público de outros lugares.

ESPETÁCULO. A montagem tem direção de Andresa Viotti e é mais um fruto do Prêmio Aniceto Matti. FOTO-DIVULGAÇÃO

A pandemia e a necessidade de isolamento social alteraram os rumos do espetáculo, pois além de obrigar que um trabalho presencial migrasse para o formato online, também definiu escolhas dramatúrgicas. Em contato com os alunos, Parma percebeu o impacto que este momento vem tendo na vida deles. “Como entender a infância neste momento? Como falar de solidão sem falar em pandemia?” foram perguntas norteadoras.

Acostumado com os trabalhos coletivos da Cia Forféu, na qual atua desde criança, Parma se aventura no primeiro trabalho solo. “Sempre imaginei que faria um solo em outro registro, não infantil, mas a grande chave para mim foi conhecer a obra do Ilo Krugli e eu descobri o teatro que eu queria fazer”, conta.

SERVIÇO

Uma história que não se conta – Ernesto e eu

Datas: 4, 5, 10, 11 e 12 às 20h

Onde: YouTube do Arena das Artes Link:

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