Studium Musicae traz a música de um mundo antigo a Maringá; entrada gratuita

Studium Musicae começou na década de 1980 pesquisando e tocando música renascentista

O Studium Musicae poassou por diferentes nomes e formações desde a década de 1980 Foto: Neni Glock

Na história da Música Antiga no Brasil – música composta em um período anterior a 1750, o Studium Musicae tem papel de importância. Foi o primeiro grupo no país a gravar um disco somente com obras do período Medieval e um dos grupos que fizeram com que Curitiba fosse nos anos 80 um centro de referência em Música Antiga. Em 2022, após uma interrupção de 28 anos, o grupo retornou às atividades e realizando concertos em Curitiba. Neste ano faz sua primeira turnê pelo Estado com o grupo renovado.

Maringá está no roteiro do grupo. O Studium  Musicae– Ateliê de Música Histórica faz o concerto “Rotas da Seda: a música do mundo” no Teatro Calil Haddad, no próximo domingo, 20, às 19 horas.

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A turnê é possível graças ao Programa de Fomento e Incentivo à Cultura – PROFICE, da Secretaria da Cultura do Estado do Paraná e ao incentivo da Copel, e foi idealizada e produzida por Alvaro Collaço.

A apresentação em Maringá conta com o apoio da Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Cultura. A entrada é gratuita.

Na turnê o Studium Musicae já passou por Curitiba, São José dos Pinhais, Guarapuava, Cascavel e Foz do Iguaçu. “As pessoas ficam maravilhadas com os instrumentos diferentes e no final do concerto vão até o palco para ver de perto. A reação da plateia está sendo de descoberta dessa música antiga”, diz Alvaro Collaço.

A proposta do concerto “Rotas da Seda” vai para além da música. Mostra a relevância da fé, do comércio, do intercâmbio entre povos, não só considerando condições geográficas. As Rotas iniciam séculos antes do nascimento de Cristo e permanecem ativas no século XXI. E atualmente, inclusive, governos pretendem reinventá-las até de forma virtual.

O programa de concerto revela uma expansão do Studium Musicae em relação ao seu repertório. Se no passado, antes da sua retomada em 2022, o grupo se dedicava à música histórica europeia, agora incluiu nas suas apresentações músicaoriental- chinesa e japonesa, inclusive-, valorizando a compreensão do quanto já era sonora a terra em tempos antigos. O concerto é um mosaico de estilos, considerando as línguas e a cultura de cada região e uso de diferentes instrumentos.

“Estamos levando ao público um repertório extremamente inusitado e curioso. São temas oriundos de tradições musicais diversas que primam pelos contrastes geográficos e culturais. Uma viagem sonora singular”, afirma Plínio Silva, que participa do Studium desde quando o grupo se chamava Conjunto Renascentista de Curitiba, nos anos 80. Flávio Stein, outro integrante da primeira formação, não esconde sua empolgação com o momento atual do grupo. “Estamos muito animados com a turnê. Temos curiosidade de voltar em grupo às cidades do interior. E queremos saber como essa música vai soar para o público jovem de hoje. Lá atrás éramos nós os jovens e tínhamos um público imenso, também de jovens”. Os dois músicos dividem a direção geral do grupo.

O Studium Musicae é formado por Flávio Stein, Norberto Pavelec e Plínio Silva, músicos que participaram da primeira formação nos anos 80, Júlio Cesar Coelho que integrou o grupo nos anos 90, Daniele Oliveira, Márcia Kaiser e o percussionista Fábio Mazzon, que participam desde 2022 e Mateus Sokolowski, desde 2024.

 

História documentada

OStudium Musicae não teve sempre esse nome.Chamava-se Conjunto Renascentista de Curitiba. O Renascentista foi criado em 1981 pelagambista Eunice Brandão (1960-2001), com apoio da Fundação Cultural de Curitiba, do maestro e cravista Roberto de Regina e da cravista Ingrid Serafim. Em 1983, o Renascentista passa a se chamar Studium Musicae e no ano seguinte grava o LP “As Cruzadas”: o primeiro dedicado integralmente a música medieval em todo país.Nos anos 80 e 90 integrantes do grupo criaram importantes festivais de música organizados em Curitiba.

O ateliê de música Studium Musicae apresenta a música antiga executada em instrumentos de outras épocas Foto: Neni Glock

 

Em 1987, o Studium fez sua primeira parada, retornando em 1990 com nova formação, que perdura até 1994, quando realizam uma turnê pelos Países Baixos e que gerou o CD “HollandTour”, gravado ao vivo em uma igreja em Thesinge. Em 2022 o grupo ressurgiu após o lançamento do CD triplo “Tríptico”, produzido por Alvaro Collaço e que trouxe gravações das primeiras formações. Essa história está sendo contada no documentário “Música Inesperada”, dirigido por Neni Glock, lançado em  10 de abril na Cinemateca de Curitiba.

 

 

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