Doação de órgãos é tema de palestra do Setembro Verde nas unidades prisionais de Maringá

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As palestras, destinadas aos policiais penais e servidores, visam à conscientização sobre o tema doação de órgãos Foto: Polícia Pena do Paraná

A Polícia Penal do Paraná (PPPR), em parceria com a Organização de Procura de Órgãos (OPO) / 15ª Regional de Saúde de Maringá, ministrou palestras sobre doação de órgãos para servidores das nas unidades prisionais do município, em referência ao Setembro Verde. Este é o mês dedicado à conscientização e ao incentivo à doação de órgãos, e tem como objetivo destacar sobre o ato de salvar vidas.

O diretor-adjunto da PPPR, Maurício Ferracini, ressalta que essa é uma importante orientação, sendo uma questão de cidadania, orientação e conscientização social.

“A orientação técnica e solidária é sempre muito bem-vinda, principalmente quando chega até as instituições do nosso Estado. Consideramos que a participação dos nossos profissionais em orientações tão importantes para o próximo, para o cidadão e para a população como um todo é sempre um ganho imenso em termos de humanidade, em termos profissionais e de ajuda ao próximo”, finaliza.

O coordenador regional de Maringá da PPPR, Júlio César Vicente Franco, explica que a Polícia Penal foi procurada pela OPO para falar sobre o tema e trouxe muitas novidades e conhecimentos sobre esse ato tão importante e que salva tantas vidas.

“Juntos achamos pertinente que o programa fosse levado para todas as unidades penais para que os servidores saibam como podem ajudar. E assim foi feito. A OPO esteve em todas as unidades de Maringá e falou com praticamente todos os policiais penais e servidores. Esperamos assim contribuir para salvar vidas. Esse é o intuito da Polícia Penal do Paraná, das Forças de Segurança e da Saúde, trabalhando sempre pelo bem-estar do próximo”, destaca.

Para a enfermeira da Colônia Penal Industrial de Maringá (CPIM), Janaína de Souza Marcolino, a ação realizada na regional serve para disseminar informações sobre o tema e conscientizar os servidores sobre a importância de verbalizar aos familiares a vontade de ser doador de órgãos, já que no país a família sempre tem que dar o consentimento do ato.

A enfermeira Greicy Cezar do Amaral, da OPO Maringá, visitou as unidades prisionais em diferentes horários neste mês para falar sobre o tema a todos os servidores. O objetivo, segundo ela, é incentivar a população sobre a importância da doação de órgãos e salientar que os profissionais da saúde, que lidam com essa situação delicada para as famílias, são agentes importantes da conscientização.

“Das mortes notificadas diariamente, somente 10% vão para doação de órgãos porque é necessário o protocolo de morte encefálica, porém de 2 a 3% têm contraindicação médica devido à patologia ou comorbidade. Dos 7% restantes, em metade dos casos a família recusa a doação”, explica.

Para a efetiva doação de órgãos, é preciso que o paciente tenha morte encefálica confirmada, que é um diagnóstico de notificação obrigatória aos hospitais. A Central Estadual de Transplantes é notificada, e é por meio de uma entrevista que a família é informada sobre o processo, sendo solicitado o consentimento para a doação de órgãos. Toda doação é feita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que possui o maior programa de transplantes do mundo.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Paraná, entre janeiro e julho de 2023 foram registrados 285 doadores no Estado, o maior número de doações efetivas de órgãos para transplantes do país. “O Paraná possui o menor índice de recusa familiar no país, cerca de 29%, devido à capacitação, o preparo e à transparência dos profissionais de saúde envolvidos, assim como ao empenho em mobilizar a sociedade”, ressalta Grecy.

A enfermeira ainda salienta que, no Brasil, a retirada de órgãos só é efetuada mediante autorização familiar. Portanto, mesmo que alguém tenha expressado o desejo de ser doador em vida, a doação só ocorre se a família concordar. Por isso a importância de sempre sinalizar aos familiares sobre sua decisão.
“O papel da família nesse contexto é essencial, visto que, mesmo durante esse momento de dor e perda, a família pode dizer sim à doação, tirando pessoas das listas de transplantes e salvando vidas. Um único doador pode possibilitar a realização de até dez transplantes, ou seja, são dez vidas salvas”, diz.

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