Audiência pública sobre saúde mental vai debater atendimento psicológico a estudantes no pós-pandemia

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Em muitas escolas, alguns alunos sofrem consequências do período mais crítico da pandemia Foto: Rovena Rosa

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Dificuldade na socialização, irritabilidade, falta de concentração e muito apego ao uso de telas, principalmente de celulares. Este é o perfil de comportamento que muitas crianças e adolescentes apresentaram ao voltar para as aulas presenciais após o período mais crítico da pandemia do novo coronavírus. Com o retorno das atividades, escolas públicas e privadas passaram a lidar com as consequências emocionais e de desenvolvimento causadas por tantos meses de distanciamento social. É por isso que o vereador Sidnei Telles convocou uma Audiência Pública para tratar sobre Saúde Mental nas Escolas. Será no dia 17 de novembro, às 19 horas, no Plenário da Câmara dos Vereadores.

Segundo a psicóloga e docente, Fernanda Rossi, especialista em psicanálise da infância e adolescência, tanto as crianças como os adolescentes foram muito afetados pela pandemia. “As dificuldades são diferentes para os dois grupos, contudo as consequências têm se mostrado intensas, independentemente da idade. Tanto que temos observado aumento exponencial nos casos de depressão e ansiedade neste público”, afirma.

Muitos estudantes também apresentam dificuldades na aprendizagem, resistência a seguir as regras do ambiente escolar, vergonha dos colegas e professores e atitudes de isolamento. “Sem falar nas vivências delicadas e, muitas vezes, violentas, nas quais crianças foram expostas dentro do próprio lar. Infelizmente, tudo isso deixou consequências graves”, explica.

Em Maringá, a Rede Municipal de Ensino conta com 64 Centros de Educação Infantil (CMEIs), 52 escolas e mais 25 CMEIs terceirizados, somando 141 unidades de ensino. No entanto, há apenas sete profissionais para dar suporte às demandas de psicologia escolar. “É um número muito baixo. O psicólogo ou psicóloga não consegue sequer passar duas vezes por mês em cada CMEI ou Escola Municipal. Dessa forma, é impossível conduzir um trabalho que garanta assistência adequada para as crianças”, afirma Telles.

O vereador Sidnei Telles vai coordenar a audiência pública        Foto: Marquinhos de Oliveira

Em setembro, em sessão ordinária na Câmara dos Vereadores, o parlamentar já havia expressado preocupação sobre o assunto e, agora, vai reunir psiquiatras, psicólogos, pedagogos, docentes, estudantes, pais, além de representantes da Secretaria e Núcleo de Educação, Secretaria de Saúde e Conselho Tutelar. “O objetivo é entender a profundidade dos impactos da pandemia no desenvolvimento psicossocial dos alunos da Rede Municipal e o que nós, enquanto lideranças do município, podemos fazer para oferecer suporte de mais qualidade”, afirma.

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