O Encontro Preparatório da Cúpula Social do G20 teve início nesta terça-feira (20), no Rio de Janeiro, reunindo mais de mil participantes de movimentos sociais e da sociedade civil brasileira. Com temas centrais como o combate à fome e à pobreza, mudanças climáticas, e a reforma da governança global, o evento visa fortalecer o diálogo entre a sociedade civil e os líderes das 20 maiores economias do mundo. A iniciativa é liderada pela Secretaria Geral da Presidência da República.
Na pauta do encontro, foram discutidas as prioridades da presidência brasileira do G20, que incluem os temas mencionados, além de outros assuntos levados pelas organizações sociais participantes. Lucas Padilha, secretário da Casa Civil do Rio de Janeiro e coordenador do G20 Rio, destacou que o Brasil, especialmente o Rio de Janeiro, está se engajando no G20 de forma inédita, promovendo diversos eventos ao longo do ano e incentivando a ampla participação da sociedade civil. Ele sublinhou a importância de que as decisões tomadas no G20 resultem em políticas públicas concretas nos países-membros.
Entre as entidades nacionais presentes, Débora Rodrigues, da Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais (Abong), enfatizou que os movimentos sociais estarão presentes na cúpula de novembro para denunciar os impactos negativos do agronegócio e da cultura bélica, propondo alternativas como a agroecologia e o fortalecimento da economia solidária. Antônio Lisboa, representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT), elogiou a ampliação da participação do G20 Social promovida pelo governo brasileiro e defendeu a valorização do trabalho decente e a transição justa para uma economia verde.
Preto Zezé, da Central Única das Favelas (Cufa), ressaltou a necessidade de levar as discussões do G20 Social para as favelas e comunidades, onde as pessoas muitas vezes desconhecem e não participam dos processos decisórios globais. Ele afirmou que é crucial romper com a lógica tradicional e criar novos espaços de participação.
Vanessa Vicente, da UneAfro, destacou a importância de combater o racismo ambiental, que faz com que os impactos das mudanças climáticas atinjam desproporcionalmente a população negra. Ela apresentou propostas para garantir que as comunidades mais afetadas participem na formulação e execução de políticas de adaptação.
Maria Fernanda Marcelino, da Marcha Mundial das Mulheres, cobrou a responsabilização dos países ricos pelas desigualdades globais e conflitos armados, que afetam principalmente mulheres e crianças. Ela defendeu soluções que coloquem a vida e a harmonia com a natureza no centro das discussões.
Judite Santos, representando o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), reforçou a necessidade de que as discussões e ações do G20 Social resultem em políticas públicas concretas em todos os níveis governamentais.
Os ministros brasileiros Wellington Dias, do Desenvolvimento Social, e Marina Silva, do Meio Ambiente, que lideram as forças-tarefa propostas pela presidência brasileira do G20, reiteraram o compromisso do Brasil em ampliar a participação social e acolher as propostas da sociedade civil para influenciar a agenda do G20.
Encerrando a abertura, o ministro Márcio Macedo, da Secretaria-Geral da Presidência e coordenador do G20 Social, destacou o caráter histórico do momento, marcado pela construção coletiva e pela participação ativa dos movimentos sociais. Ele enfatizou que o objetivo é garantir que as vozes do povo brasileiro e dos povos do mundo sejam ouvidas e consideradas nas decisões do G20. “Participem do G20 Social, este é o espaço para vocês colocarem suas vozes, sentimentos e reivindicações. Vamos levá-las ao mundo”, concluiu.
Após a abertura, foram apresentadas a Plataforma G20 Social Participativo e a estratégia de Comunicação Colaborativa do G20.