Nutricionista não ganha jogo, mas ele é fundamental para entregar ao técnico jogadores em boas condições para jogar e até ganhar o jogo. Os clubes bem organizados já perceberam que o papel do nutricionista do time pode ser comparado ao do preparador físico, do fisioterapeuta, do médico, do massagista e de outros profissionais que trabalham antes para que o time esteja em perfeitas condições no dia do jogo.
“Um jogo de futebol é como um filme, uma exibição de teatro”, diz Rafael Carvalho, nutricionista do Maringá Futebol Clube. “As pessoas assistem, gostam ou não gostam, mas não fazem ideia de quantos profissionais trabalham para que o espetáculo aconteça. Alguns desses trabalhos são de longo prazo, dependem de paciência e persistência, outros estão nos detalhes, mas todos são importantes”.
Rafael diz que o nutricionista é apenas um dos muitos profissionais de um clube bem organizado e seu trabalho pode ser decisivo para que o jogador esteja bem ou desconfortável em campo. “A dedicação do nutricionista é em tempo integral”, diz o profissional do Maringá FC. “No nosso caso, são 40 atletas e cada um tem uma individualidade, uma dieta própria, um plano alimentar, consome um tipo de suplemento específico. Nesse sentido, não há nada coletivo”.
Além de formado em Nutrição pela Universidade do Oeste Paulista, a Unoeste, campus de Presidente Prudente, Rafael Carvalho é formado em Educação Física e une os conhecimentos das duas áreas para a conversa que tem com os atletas. “Preciso conversar com o atleta para saber como ele está se sentindo fisicamente, o que esta dando certo e o que precisa ser mudado”. Ele acompanha o dia a dia de cada jogador, acompanha com muita atenção o desempenho de cada um durante os treinos e com essas informações define a estratégia alimentar para cada um.
Mas, a vida do nutricionista não ocorre só fora de campo. Embora o torcedor não esteja vendo, Rafael está na beira do gramado. Além da refeição especial para o dia de jogo, ele serve suplementação pouco antes da partida, no intervalo do jogo tem outro tipo de suplemento e ainda uma terceira suplementação assim que acaba o jogo. E vários jogadores têm suplementação diferenciada.
Nos últimos dias, Rafael está em contato telefônico e via internet com o chefe de cozinha do hotel em que o Maringá vai se hospedar no Rio de Janeiro para o segundo jogo contra o Flamengo pela terceira etapa da Copa do Brasil, dia 26, para definir o cardápio da equipe e até os pratos para atletas que têm um cardápio diferenciado.
“Essa estratégia com as cozinhas dos hotéis ocorre sempre que a partida é fora e muitas vezes é preciso respeitar os aspectos culturais dos atletas. Jogadores nascidos na região Sul tem uma cultura alimentar diferente daquele que vem do Nordeste ou do Centro-Oeste, então precisamos substituir alimentos mantendo o valor nutricional na montagem do prato”, explica Rafael Carvalho.
Rafael destaca que a forma de organização do Maringá FC facilita o trabalho do nutricionista, os jogadores respeitam os planos alimentares e os resultados podem ser vistos no bom desempenho da equipe.