Foi sepultada no final da tarde de terça-feira, 15, no Cemitério Municipal de Maringá, a pioneira Lourdes Barnava Ferrarin Bigaton, que morreu na noite de segunda-feira aos 98 anos. Dona Lourdes chegou à região no início da década de 1950, mas parte de sua família já morava em Maringá desde a década anterior, quando Maringá ainda era distrito de Mandaguari.
Dona Lourdes era viúva do comerciante Arlindo Bigaton, proprietário da Sapataria e Selaria X Horizonte, na Avenida Brasil, centro de Nova Esperança, e seus irmãos eram proprietários da Casa Ferrarin, que fez história na fase pioneira da cidade. Ela era filha do pioneiro Pedro Ferrarin, que foi agricultor e dono de uma olaria na Gleba Pinguim, na década de 1940, quando Maringá ainda se restringia à área hoje conhecida como Maringá Velho.
Nascida na região rural de Ourinhos, no sul do Estado de São Paulo, divisa com o Paraná, Lourdes Ferrarin cresceu na comunidade rural Jacutinga, na região de Presidente Prudente, onde conheceu Arlindo, com ele se casou e o casal teve quatro filhos: Darci, Paulo, Maria Aparecida e Marilene.
Quando a fama da terra roxa do norte e noroeste do Paraná passou a atrair gente de todo o Brasil, interessada em derrubar as matas e plantar café, a família Ferrarin ouviu falar de cidades que estavam nascendo nesta região e começou a migração para onde estava nascendo uma cidade chamada Maringá.
Primeiro vieram Pedro Ferrarin, a mulher e filhos, que compraram um sítio na Gleba Pinguim e abriram uma olaria, produzindo telhas e tijolos para as cidades que estavam nascendo. Lourdes e o marido Arlindo continuaram em São Paulo e só mudaram para o Paraná com os quatro filhos em 1954.
A esta altura, os irmãos de Lourdes já tinham se estabelecido em Nova Esperança, que também estava nascendo. Lourdes e o marido também foram para Nova Esperança, montaram a Sapataria e Selaria X Horizonte e participaram do crescimento da cidade.
Com o tempo, os filhos do casal cresceram, casaram, deram vários netos a Arlindo e Lourdes e foram aos poucos mudando para Maringá. Maria Aparecida se mudou para trabalhar, Marilene para fazer faculdade na UEM e, depois, trabalhar na Caixa Econômica; Paulo, que era do Banco do Brasil, se transferiu para Maringá e Darci se mudou com o marido e os cinco filhos para o Mato Grosso.
Após a morte do marido, dona Lourdes comprou uma casa em Maringá, onde viveu até o fim da vida. Além dos quatro filhos, dona Lourdes teve vários netos e muitos bisnetos. A morte da matriarca, em decorrência de problemas de saúde normais para uma pessoa de 98 anos, foi lamentada tanto em Nova Esperança quanto em Maringá.
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