A cantora, compositora e pianista Angela Ro Ro morreu na manhã desta segunda-feira, 8, aos 75 anos. Ela estava internada desde junho no Hospital Silvestre com uma infecção pulmonar grave, passou por complicações e chegou a passar por uma traqueostomia.
Dona de uma voz inconfundível e de um estilo que ia do blues ao samba-canção, passando pelo rock, Ro Ro foi uma das cantoras mais autênticas do Brasil.
Angela Maria Diniz Gonsalves recebeu o apelido de Ro Ro ainda na infância, por causa da voz grave. Estudou piano clássico aos 5 anos e e se profissionalizou como cantora na década de 1970, depois de ter morado no exterior, levado prato em restaurante, feito faxina em hospital e cantado em barzinhos na Inglaterra.
Por indicação do amigo Glauber Rocha, participou do álbum “Transa”, de Caetano Veloso, onde tocou gaita em uma faixa. “Transa” foi gravado quando Caetano estava exilado na Inglaterra em consequência de perseguições que recebeu da ditadura militar no Brasil.
Na volta ao Rio de Janeiro, começou a se apresentar em casas noturnas e foi contratada pela gravadora Polygram/Polydor – atual Universal Music.
‘Amor, Meu Grande Amor’
O primeiro sucesso nacional veio em 1980, quando, vestida de smoking, cantou sozinha no palco do Teatro Fênix o clássico “Amor, Meu Grande Amor”, música que revelou ao país uma artista que falava de sentimentos pelo olhar das mulheres. No mesmo programa, dividiu o palco com a veterana Angela Maria.
Ao longo da trajetória, influenciada por nomes como Ella Fitzgerald, Maysa e Elis Regina, Ro Ro criou uma obra que foi também abraçada por outros grandes artistas. Ney Matogrosso interpretou “Balada da Arrasada”, Maria Bethânia gravou “Fogueira” e Frejat regravou “Amor, Meu Grande Amor”.
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