Pilotos, equipes e ex-colegas de trabalho, que se surpreenderam com a notícia da morte do piloto brasileiro Gil de Ferran, se manifestaram nas redes sociais sobre o amigo e sobre a perda que é para o automobilismo.
O bicampeão da Indy Car morreu nesta sexta-feira, 29, após sofrer uma parada cardíaca enquanto guiava um veículo no circuito de The Concours Club, em Opa-locka, na Flórida.
Um dos primeiros a se manifestar foi Tony Kanaan, que postou em suas redes uma foto dos dois com um texto em português em inglês: “Campeão, amigo, rival, mentor dentro e fora das pistas. Sem palavras para descrever esta perda. Descanse em paz meu amigo”.
A Indy Car também se manifestou, assim como a McLaren, a Penske, a Williams e entre os brasileiros logo no início o ex-piloto Felipe Massa fez uma publicação em homenagem ao amigo.
Morte de Gil de Ferran pega o mundo automobilismo de surpresa
O piloto brasileiro Gil de Ferran morreu na tarde desta sexta-feira, aos 56 anos, ao sofrer uma parada cardíaca enquanto dirigia na Flórida, nos EUA. Vencedor das 500 Milhas de Indianápolis em 2003, ele também conquistou a Fórmula 3 Inglesa e foi bicampeão da CART (atual IndyCar Series).
Gil de Ferran estava testando um carro no circuito privado The Concours Club, em Opa-Locka, na Flórida, nos EUA, quando se sentiu mal e parou na entrada dos boxes. Foi levado para o hospital, mas não resistiu. Gil deixa a esposa, Angela, e os filhos Anna e Luke.
Vida e carreira
Gil de Ferran nasceu em Paris, França, mas se considerava brasileiro. Filho de Luc de Ferran, engenheiro da Ford que criou o Ecosport, Gil foi morar no Brasil aos quatro anos e levou o nome do país para o alto do pódio.
Como tantos outros pilotos, Gil iniciou a carreira no kart, onde conquistou títulos, como o Brasileiro de 87. Até tentou seguir os passos do pai na engenharia, mas abandonou o curso no terceiro ano para tentar a sorte no automobilismo na Europa. Atuou na Fórmula 3000 entre 1993 e 1994.
De Ferran chegou a fazer testes na Fórmula 1 pela Arrows, mas em um intervalo entre as baterias, bateu a cabeça em um caminhão e acabou perdendo a chance de competir. Em 1995, ele estreou na CART, nos Estados Unidos: foi eleito o novato do ano e terminou o campeonato em 14ª lugar.
O primeiro título nos EUA veio em 2000, com a Penske, incluindo duas vitórias e 168 pontos no campeonato. Um ano depois, veio o seu bicampeonato também com duas vitórias e, desta vez, 199 pontos.
Em 2002, Gil migrou junto com a Penske para a Indy Racing League (IRL, que mais tarde se uniria à CART para originar a atual IndyCar Series). Seu maior feito na competição veio em 2003, quando venceu as 500 milhas de Indianápolis. Ele terminou a temporada com o vice-campeonato e se despediu das pistas na etapa do Texas.
O ex-piloto, no entanto, não se afastou das pistas. Em 2005, tornou-se diretor esportivo da equipe British American Racing (BAR) na Fórmula 1. Além disso, foi chefe da Honda na Fórmula 1 entre 2005 e 2007.
Em 2008, ele retornou às pistas. Dono e piloto da Ferran Motorsports, Gil disputou a American Les Mans Series até 2009, quando se aposentou mais uma vez. No ano seguinte, criou a De Ferran Dragon Racing para competir na Indy, mas a equipe encerrou suas atividades em 2011 por falta de patrocinadores.
Desde 2017 estava na McLaren, onde começou como coach de Fernando Alonso nas 500 Milhas de Indianápolis. Em julho de 2018, Gil de Ferran assumiu o recém-criado cargo de diretor esportivo na McLaren. Em agosto de 2019, passou a cuidar do projeto da McLaren na Fórmula Indy, deixando o cargo no início de 2021.