Morre José Bidóia, pioneiro de Maringá, pecuarista e fundador da Academia de Letras

morre o escritor José Bidóia, de Maringá

Embora só tenha aprendido a ler e escrever aos 18 anos, José Bidóia escreveu 11 livros e ajudou a fundar uma academia de Letras Foto: Arquivo pessoal

Morreu na madrugada deste sábado, 9, o pioneiro José Bidóia, ex-bancário do Banestado, produtor rural, escritor, compositor e um dos fundadores da Academia de Letras de Maringá e membro da União Brasileira dos Trovadores (UBT).

Ele tinha 94 anos e está sendo velado na Capela Prever do Cemitério Parque. O corpo será cremado, mas o horário ainda não foi divulgado.

Vários amigos estão se manifestando nas redes sociais sobre a perda de José Bidóia, como é o caso do poeta, escritor e jornalista Antonio Augusto de Assis. Ambos estiveram juntos na fundação da Academia de Letras.

“Que notícia triste. Um amigo muito querido. Um poeta de grande talento. Um cidadão exemplar. Deus o acolha na paz eterna e conforte os seus familiares e amigos. José Bidoia ficará para sempre em nosso coração”, disse o poeta.

Tania Tait, Olga Agulhon, Loide Caetano, Vera Margutti e outros escritores também falaram da morte do escritor maringaense.

Embora tenha publicado 11 livros e ser membro de uma academia de Letras, Bidóia só aprendeu a ler e escrever quando já tinha 18 anos. “Naquela época eu não estranhava, mas hoje eu sei a diferença e a importância do estudo na vida de uma pessoa”, dizia sempre.

José Bidóia, de boina, no centro da mesa, era frequentador das reuniões da Academia de Letras de Maringá, instituição que ele ajudou a criar Foto: Arquivo

 

Nascido em Penápolis, no Estado de São Paulo, tinha orgulho de ser pioneiro de Maringá, cidade em que exerceu diferentes atividades e criou sua família. Como poeta, ele colocou no papel, em versos, o que pensava dos pioneiros.

 

Ser pioneiro

Pioneiro desbravador
É aquele da floresta
Faz a casa com amor
E do amor berço de festa.

Ser pioneiro é testar os ideais,
É conseguir a busca de algo mais,
Por terras “nunca dantes” desbravadas,
Muitas vezes só de mochila às costas
Acordando caprichosas respostas
Do regaço de sonhos sem pecados.

Ser pioneiro é ser valente,
É polir diamantes brutos,
É acreditar na semente
Tendo esperança nos frutos.

Ser pioneiro é colocar fé nos passos,
Respeitando vitórias e fracassos
A tudo dando divinais valores,
É unir parentes, amigos, vizinhos…
Pelas trilhas do amor que são caminhos
Acarpetados com ternura e flores.

Quer ser feliz duplamente?
Siga do pioneiro o exemplo
Que faz da fé na semente
Seu pão, seu lar e seu templo.

Quando o pioneiro desmata,
Deus, de cima, lavra em ata
No seu livro de sucesso,
Por saber que ele só faz
Pensando na luz, na paz…
E no bendito progresso.

Parabéns para os pioneiros
De todas as latitudes,
De peões a fazendeiros,
Por tão sagradas virtudes.

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