Morre Leny Andrade, uma das grandes cantoras do jazz e da bossa nova

Morre a cantora Leny Andrade

Leny Andrade fez shows e gravações históricos ao lado de grandes instrumentistas Foto: Divulgação

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A cantora Leny Andrade, um dos grandes nomes do jazz brasileiro e bossa nova, morreu na manhã desta segunda-feira, 24. Ela tinha 80 anos e estava internada no Hospital de Clínicas de Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

No anúncio da morte no Instagram da artista era destacado que “A diva do Jazz Brasileiro, Leny Andrade, foi improvisar no palco eterno. Leny faleceu nessa manhã, cercada de muito amor”.

No último dia 12 de junho, Leny foi internada no Centro de Terapia Intensiva do Hospital das Clínicas de Jacarepaguá com quadro de insuficiência respiratória. Após exames, foi constatada uma pneumonia. Ela chegou a ser intubada. Em 27 do mesmo mês ela recebeu alta e voltou para casa.

Na semana passada, ela voltou para o hospital após uma piora em seu quadro clínico. Após receber alta médica, a cantora estava sob cuidados de home care no Retiro dos Artistas. No entanto, seu estado de saúde piorou durante o fim de semana e ela acabou não resistindo.

Por conta de questões de saúde, Leny ausente dos cenários musicais, mas em 2022, gravou sua última música: um single com o pianista Gilson Peranzzetta em comemoração à data especial. A canção é uma composição de 1957, de Antonio Carlos Jobim e Dolores Duran.

Leny Andrade morre poucos dias depois de dois grandes amigos, João Donato e Tony Bennett. O cantor americano aumentou sua admiração pela música brasileira após conhecer Leny, com quem chegou a fazer vocais. Amante também das artes plásticas, Tony Bennett chegou a desenhar Leny.

 

Vida e carreira de Leny Andrade

Leny Andrade nasceu no Rio de Janeiro, no dia 26 de janeiro de 1943. Ela aprendeu a tocar piano com sua mãe e a música esteve presente em sua vida desde muito cedo.

Aos 9 anos, ela cantou Risque, de Ary Barroso, no programa Clube do Guri. Recentemente, em um post no Instagram, ela escreveu: “O violonista e o apresentador do programa levaram um grande susto quando pedi essa música, afinal eu era uma criança…”.

Aos 15 anos, ela começou a se apresentar profissionalmente – a estreia foi como crooner da orquestra de Permínio Gonçalves.

Ela participou de programas de calouros em rádio e cantou na noite (no Bacará e no Bottle’s Bar – com Sérgio Mendes e Trio -, entre outros locais). Seu seu primeiro LP, A Sensação, foi lançado em 1961. E o sucesso veio em 1965, com o espetáculo Gemini V, com Pery Ribeiro e o Bossa Três. O show foi no Porão 73, onde também foi gravado um disco ao vivo. Outros dois discos do show seriam gravados depois – um deles, no México.

Leny Andrade morou em vários países, sempre divulgando a boa música brasileira – Foto: Arquivo

A aproximação com a bossa nova ajudou na construção de sua fama internacional. Ela foi convidada a se apresentar no La Noche Club, que pertencia a Astor Piazzolla, em Buenos Aires, entre outros palcos.

 

A cantora, que estudou no Conservatório Brasileiro de Música, morou no México por cinco anos, onde se tornou popular, nos Estados Unidos e em países europeus.

 

Entre seus maiores sucessos estão “Batida diferente” e “Estamos aí”. Também foi presença constante no Beco das Garrafas, reduto da bossa nova no Rio de Janeiro na primeira metade da década de 1960, onde se apresentavam, entre outros, nomes como Elis Regina, Lennie Dale, Jorge Ben Jor e Wilson Simonal.

 

Ao longo de sua carreira, Leny lançou 34 discos, ganhou o Grammy Latino em 2007 e dividiu o palco e gravou álbuns com artistas como Paquito D’Rivera, Luiz Eça, Dick Farney, João Donato, Eumir Deodato e Francis Hime.
Um de seus álbuns de destaque é o que gravou ao lado do pianista e arranjador Cesar Camargo Mariano. Nós foi lançado em 1993 e tinha músicas como Da Cor do Pecado, Triste e A Ilha.

 

Apenas mera coincidência

Leny Andrade morreu nesta segunda-feira e teve sua morte anunciada praticamente na mesma hora em que era divulgada a morte de sua amiga Doris Monteiro, que também morreu nesta madrugada, aos 88 anos.

Registro de 2019 daquele que possivelmente tenha sido o último encontro de Leny Andrade e Doris Monteiro, que morreram nesta segunda-feira Foto: Divulgação

As duas se encontraram em 2017, quando gravaram as músicas da edição carioca do show dos 100 anos de Dalva Oliveira. Doris cantou o samba “Zum zum” e Leny cantou “Há um Deus”.

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