Morreu nesta terça-feira, 15, o ex-governador do Estado de São Paulo Luiz Antonio Fleury Filho, de 73 anos, que governou o Estado entre 1991 e 1994, gestão que ficou marcada pela execução, em 1992, de mais de 111 presos do Complexo Carandiru, tragédia conhecida como Massacre do Carandiru. Foi ele quem deu a ordem para a polícia invadir o complexo.
Fleury foi um professor, promotor de justiça e político filiado ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Por São Paulo, foi governador, deputado federal durante dois mandatos e secretário da Segurança Pública durante o governo Quércia.
Durante seu governo, Luiz Antonio Fleury conviveu com 3 moedas diferentes, dois Presidentes da República, oito Ministros da Fazenda, diversos planos econômicos e até o impeachment de Fernando Collor.
Em sua gestão, deu continuidade a obras públicas do governo anterior, destacando-se a Hidrovia Tietê – Paraná, que viabilizou a navegação até o sul de Goiás, a partir do sistema de eclusas da Usina Hidrelétrica de Nova Avanhandava e do Canal Pereira Barreto, o que barateou o transporte de alimentos no estado e ajudou a desenvolver a região. Construiu o complexo de aproveitamento múltiplo Mogi Guaçu e deu prosseguimento ao complexo de Canoas.
Durante seu governo, Fleury iniciou o Projeto Tietê, uma série de iniciativas com a intenção de despoluir o Rio Tietê, na Região Metropolitana de São Paulo. O governo do Estado, por meio da empresa estatal de saneamento – Sabesp –, conseguiu um empréstimo junto a organismos internacionais, principalmente o banco japonês JBIC, mas o empréstimo só foi liberado pelo Governo Federal de fato no governo seguinte, o de Mário Covas, aliado do governo.
O governo de São Paulo e a cidade de São José do Rio Preto, onde Fleury nasceu, decretaram luto oficial.