Morre Maria da Conceição Tavares, defensora do pensamento econômico desenvolvimentista

A publicação inglesa A biographical dictionary of dissenting economist colocou Conceição como um dos 100 economistas mais importantes do mundo no Século XX

Morre a economista Maria da Conceição Tavares

Maria da Conceição foi uma das mais respeitadas debatedoras sobre a economia do Brasil oto: Marcos De Paula/Estadão

A economiusta a professora Maria da Conceição Tavares, que foi uma das vozes mais importantes entre os economistas brasileiros nos últimos anos do governo militar e dos primeiros da redemocratização, morreu neste sábado, aos 94 anos. De acordo com familiares, ela estava em casa e morreu dormindo durante a madrugada.

Nascida em Portugal, em 1930, e radicada no Brasil desde 1954 – se naturalizou brasileira em 1957 -, Maria da Conceição foi professora na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Foi deputada federal pelo PT entre 1995 e 1999 e participante ativa do debate público sobre política econômica, sobretudo no período da redemocratização, nos anos 1980.

Maria da Conceição Tavares foi um dos principais nomes do pensamento desenvolvimentista, que defende uma maior intervenção do Estado na economia para estimular o crescimento.

“Conceição ensinou toda uma geração que economista não era uma questão de mercado. Comemoramos o prazer de ter vivido na mesma época”, afirmou Gloria Moraes, economista, amiga e ex-aluna de Maria Conceição Tavares.

Além de professora e deputada, Maria da Conceição trabalhou no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (hoje BNDES) e na Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). No ano 2000, a publicação inglesa A biographical dictionary of dissenting economist (Um dicionário biográfico da economia dissidente, em tradução livre), editada por professores da Universidade de Cambridge e da Universidade de Leeds, a elegeu uma dos 100 mais importantes economistas mundiais do século XX que trabalhavam com correntes de pensamento econômico não neoclássicas.

 

 

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