Morreu neste domingo, 24, no Rio de Janeiro, o carnavalesco Max Lopes, de 85 anos, que foi o primeiro campeão do Sambódromo. São dele os desfiles históricos “Liberdade, liberdade” e “Nação do Nordeste”.
A morte foi causada por complicações decorrentes de um câncer em estado avançado. Ele foi levado para o Hospital Municipal Conde Modesto Leal neste sábado com quadro de insuficiência múltipla dos órgãos e não resistiu. Nesta manhã, Max teve uma parada cardiorrespiratória.
Há 8 meses o carnavalesco precisou fazer uma cirurgia no intestino.
Grandes carnavais
Max Lopes foi autor de grandes carnavais e conquistou, na elite do samba, 3 campeonatos:
- “Yes, Nós Temos Braguinha”: Estação Primeira de Mangueira, 1984, na abertura do Sambódromo;
- “Liberdade! Liberdade! Abra as asas sobre nós”: Imperatriz Leopoldinense, 1989;
- “Brazil com ‘Z’ é pra cabra da peste, Brasil com ‘S’ é nação do Nordeste”: Mangueira, 2002.
Nas divisões de acesso, foi campeão em 1990, na Unidos do Viradouro, com “Só vale o escrito”.
Trajetória de Max Lopes
Max Lopes nasceu no Rio de Janeiro em 1938 e começou no carnaval como auxiliar de Fernando Pamplona. Assinou o primeiro desfile em 1976, na Unidos de Lucas, com “Mar baiano em noite de gala”.
No ano seguinte, fez “Viagem fantástica às terras de Ibirapitanga” na Imperatriz, na estreia no Grupo Especial.
O primeiro desfile de destaque foi em 1982, com “É hoje!”, na União da Ilha do Governador, com um samba-enredo histórico em cima de um livro de Haroldo Costa com ilustrações de Lan.
Em 1984, na homenagem ao cantor e compositor João de Barro, com “Yes! Nós temos Braguinha”, conquistou o primeiro campeonato do Sambódromo para a Verde e Rosa. Naquele ano, era um campeão por dia — a Portela venceu também —, e um inédito Supercampeonato, um tira-teima com as melhores das duas noites. Deu Mangueira.
Para o carnaval de 1989, a Imperatriz mudou todo o seu quadro após o último lugar em 1988. Max Lopes, convocado pelo presidente Luizinho Drummond, desenhou um desfile-exaltação ao centenário da Proclamação da República do Brasil.
O título do enredo pegou emprestado um verso do Hino da República: “Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós!”. O desfile mostrou o fim da monarquia brasileira, a Guerra do Paraguai, a chegada de imigrantes ao país, a assinatura da Lei Áurea e a instauração da República.
Foi um arrebatamento que desbancou o também icônico “Ratos e urubus” de Joãosinho Trinta, na Beija-Flor de Nilópolis.