Participante em 319 julgamentos como defensor ou como assistente do Ministério Público e considerado um dos grandes advogados criminalistas do Paraná, morreu neste domingo, 9, aos 88 anos, o advogado Wagner Brussolo Pacheco, que foi professor do curso de Direito da Universidade Estadual de Maringá (UEM), chefe da Casa Civil do Governo do Paraná e Procurador Geral do Estado do Paraná.
O corpo será velado durante toda esta segunda-feira, 10, no auditório da Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Umuarama, no Centro Cívico, onde recebe as últimas homenagens de familiares, amigos e profissionais do direito. Após as 18 horas, o corpo será trasladado a Maringá para cerimônia de cremação no Crematório Angelus, no Cemitério Parque.
O doutor Wagner Pacheco era pioneiro de Umuarama, cidade em que chegou em 1961, logo após se formar pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), a principal e mais importante faculdade de Direito do País, a famosa escola do Largo São Francisco.
Problemas com a ditadura militar
Embora não fosse de disputar eleições, Wagner Pacheco sempre foi político e não se furtou a mostrar tendência à esquerda. Logo após o golpe militar de 1964, o doutor Wagner foi detido duas vezes pelo regime ditatorial, em 1965 e 1966, em função de suas atividades de oposição ao regime.
Em 2014, ele foi ouvido pela Comissão da Verdade, criada com a finalidade de apurar as violações aos direitos humanos ocorridos durante a ditadura militar brasileira.
Umuarama acima de qualquer lugar
Apesar de lecionar por muitos anos na Universidade Estadual de Maringá, no campus sede, em Maringá, e ter trabalhado em Curitiba quando assumiu cargos de Procurador Geral do Paraná e o de chefe da Casa Civil do governo, o doutor Wagner nunca se mudou de Umuarama, onde manteve seu escritório por muitos anos na Avenida Castelo Branco, junto com o advogado Ivo Sooma.
Ele foi um dos fundadores da OAB Umuarama em 1972. Até então ela fazia parte da de Maringá, e ele integrou a primeira diretoria. Algum tempo depois, foi presidente da Subseção. Na época, a OAB Umuarama abrangia a região de Cianorte a Guaíra e da barranca do Rio Paraná a Goioerê, se constituindo como umas das subseções com maior extensão territorial do Paraná.
O prefeito Fernando Scanavaca decretou luto oficial de três dias em Umuarama e a Subseção da OAB emitiu nota de pesar pelo seu fundador e ex-presidente.
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