Morre o ator Milton Gonçalves, um ícone da TV brasileira

ator Milton Gonçalves

Milton Gonçalves e Ruth de Souza em cena de "O Bem Amado", onde interpretou o icônico Zelão das Asas, que 'voou' na televisão e combateu o preconceito com arte Foto: Reprodução

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A dramaturgia brasileira, principalmente a televisão, perdeu nesta segunda-feira um de seus grandes ícones, o diretor e ator Milton Gonçalves, que morreu no Rio de Janeiro aos 88 anos.

O ator morreu por volta das 12h30 em sua casa, no Rio, por conseqüência de problemas decorrentes de um AVC sofrido em 2020. Quando do derrame, ele permaneceu três meses internado e precisou de aparelhos para respirar.

Conhecido por trabalhos marcantes em novelas como “O bem-amado” (1973) e as primeiras versões de “Pecado capital” (1975) e “Sinhá Moça” (1986), em mais de 60 de carreira, Milton Gonçalves também venceu preconceitos e lutou pelo reconhecimento do trabalho dos negros. Ele integrou, junto com Célia Biar e Milton Carneiro, o primeiro elenco de atores da TV Globo, onde fez mais de 40 novelas.

Milton Gonçalves em cena de “Eles não usam black-tie”, filme baseado na peça homônina de Gianfrancesco Guarnieri Foto: Reprodução

Estrelou ainda programas humorísticos, minisséries e outras produções de sucesso, como as primeiras versões de “Irmãos Coragem” (1970), “A grande família” (1972) e “Escrava Isaura” (1976). Também se destacou em “Carga Pesada” (1979) e “Caso verdade” (1982-1986).

No ramake da novela “Sinhá Moça” (2006), repetiu o personagem Pai José que tinha feito na versão original e, desta vez, conseguiu indicação para o prêmio de melhor ator no Emmy Internacional. Na cerimônia, apresentou o prêmio de melhor programa infanto-juvenil ao lado da atriz americana Susan Sarandon. Foi o primeiro brasileiro a apresentar o evento.

Sua última novela foi “O tempo não para” (2018), no papel de Eliseu, um catador de materiais recicláveis. Depois, esteve na minissérie “Se eu fechar os olhos agora” (2019), inspirada na obra homônima de Edney Silvestre, e interpretou o aposentado Orlando, que com a ajuda da neta se tornava Papai Noel no especial de Natal “Juntos a magia acontece” (2019).

No cinema, Milton Gonçalves estrelou mais de 50 filmes, como “Cinco vezes favela” (1962), “Gimba, presidente dos Valentes” (1963), “A rainha Diaba” (1974), “O beijo da mulher aranha” (1985), “O Que é isso, companheiro?” (1997) e “Carandiru” (2003).

Milton Gonçalves em ‘O Tempo Não Para’, de 2018 — Foto: Paulo Belote/Globo

Em nota na qual classificou o ator como “ícone da dramaturgia brasileira”, a TV Globo lembrou: “‘Quem tem fé, voa’, dizia Zelão das Asas, personagem eternizado por Milton Gonçalves em ‘O bem-amado’, de 1973. Em plena ditadura, o talento inconfundível de Milton encarnou a metáfora criada por Dias Gomes em um país que clamava por liberdade”.

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