Morreu sexta-feira, 25, em um hospital da Velletri, na região metropolitana de Roma, o cantor brasileiro Carlos Gonzaga, um dos pioneiros do rock no Brasil, que tornou famosas versões de sucessos americanos como “Diana”, “Oh! Carol” e “Only You”. José Carlos Ferreira, seu nome verdadeiro, tinha 99 anos e se mudou para a Itália há pouco mais de um ano para morar perto da família.
Quando o rock and roll nasceu, na segunda metade da década de 1950, Carlos Gonzaga já era cantor, intérprete de baladas românticas, e logo aderiu ao novo ritmo. Foi ele um dos cantores a gravar rock no Brasil, geralmente versões de sucessos americanos.
O cantor nasceu em Paraisópolis, Minas Gerais, no dia 10 de fevereiro de 1924, e migrou para São Paulo no fim dos anos 1940. No começo da década seguinte, faz seus primeiros lançamentos musicais, com canções românticas, baladas, calipsos, tangos, entre outros gêneros.
Em 1958, ano em que a bossa nova foi criada no País, Gonzaga dominou as rádios com uma versão do rock Diana, de Paul Anka, que ganhou letra em português de Fred Jorge. Tornou-se, então, um dos pioneiros do rock no Brasil – e o primeiro negro brasileiro a investir no gênero. À época, o rock começava a chamar a atenção de cantores brasileiros. Antes de Gonzaga, a cantora Nora Ney gravou Ronda das Horas, em 1955, uma versão para Rock Arond the Clock, sucesso de Bill Haley e Seus Cometas.
Com o sucesso de Diana, Gonzaga lançou outras versões, entre elas, Só Você (Only You), Oh, Carol (Oh, Carol) Quero te dizer (It’s not for me to say), Meu Fingimento (The Great Pretender) , Passeando na Chuva (Just walking in the rain), Adão e Eva (Adam and Eva), Foi o Luar (Far, Far Away).
A gravação de Diana voltou a ficar em evidência quando foi incluída na trilha sonora da novela Estúpido Cupido, da TV Globo. Gonzaga, que também atuou no cinema, perdeu prestígio quando uma nova geração de cantores ligados ao rock surgiu, sobretudo durante a Jovem Guarda, na segunda metade da década de 1960. Apesar disso, era presença constante em programas de auditório naos 1970 e 1980.