Morre o escritor e cartunista Ziraldo, criador de “O Menino Maluquinho” e fundador do “Pasquim”

Morre Ziraldo, criador do O Menino Maluqinho

Ziraldo no ambiente em que sua criatividade aflorava todo o tempo Foto: Divulgação

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A arte, a cultura e a criatividades brasileiras estão de luto com a morte do cartunista, desenhista e escritor Ziraldo Alves Pinto, ocorrida na tarde deste sábado, 6, aos 91 anos.

 

Ziraldo morreu dormindo, quando estava em casa, em um apartamento no bairro da Lagoa, na Zona Sul do Rio, por volta das 15 horas.
A causa da morte não foi divulgada por sua assessoria, mas sabe-se que escritor estava com a saúde debilitada há algum tempo, desde que sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) em 2018.

 

Ziraldo é um nome essencial da literatura para crianças, mas não só, ele marcou e ajudou a formar gerações de leitores com livros como O Menino Maluquinho e Flicts e a série Os Meninos dos Planetas, todos no catálogo da Melhoramentos.

Nascido de traços simples, O Menino Maluquinho se tornou um clássico e repetiu o sucesso também no cinema Foto: Reprodução

Também chargista, caricaturista e jornalista, ele foi um dos fundadores nos anos 1960 do jornal “O Pasquim”, um dos principais veículos a combater a ditadura militar no Brasil.

 

O Menino Maluquinho é considerado um dos maiores fenômenos editorais brasileiros de todos os tempos. Estimativas dizem que foram mais de 110 milhões de livros do personagem vendidos desde 1980, quando ele apareceu.

 

Nascido na cidade mineira de Caratinga em 1932, Ziraldo revelou seu talento ainda na infância. Aos 6 anos, publicou seu primeiro desenho – no jornal A Folha de Minas. Dez anos depois, ele se mudou para o Rio. Na mala, levou suas caricaturas, histórias em quadrinhos, cartazes políticos, ilustrações, contos e poesias. Naquela época, encontrou espaço para a publicação de seu trabalho em revistas como Coração, Sesinho, Vida Infantil e Vida Juvenil e O Malho.

Ziraldo viveu uma vida intensa, com criações artísticas desde os 6 anos de idade Foto: Divulgação

 

Ziraldo voltou para Minas, se formou em Direito, retornou ao Rio, onde começou a publicar regularmente na revista A Cigana e ingressou na revista O Cruzeiro Internacional. Seu personagem Saci-Pererê, que já aparecia em O Cruzeiro, ganhou uma turma, virou HQ e deu origem à Revista Pererê. Em 1969, ele publicou Flicts, seu primeiro livro para crianças – desde que entrou para o catálogo da Melhoramentos, em 1984, vendeu 500 mil exemplares.

 

Charge de Ziraldo publicada no dia da morte do pintor Pablo Picasso Foto: Reprodução

Artistas lamentam a morte de Ziraldo

 

“Eu amo Ziraldo. Só não posso dizer adeus a ele. Simplesmente não posso dizer adeus a ele…Meus sentimentos à família e ao Brasil”, disse o ator Matheus Nachtergaele.

 

“Com tristeza, recebemos a notícia da partida de Ziraldo, aos 91 anos, o brilhante criador de “O Menino Maluquinho”. Suas histórias marcaram a infância de muitos e continuam a encantar gerações. Enviamos nossas condolências à família e aos admiradores. Descanse em paz, Ziraldo”, escreveu o ministro Paulo Pimenta, da secretaria de comunicação social da Presidência da República.

 

“Nos deixou mais um dos grandes mineiros cariocas. Obrigado por tudo Ziraldo. O Rio vai sentir muito sua falta!”, disse o prefeito do Rio, Eduardo Paes.

 

“Com muita tristeza recebo a notícia da morte do desenhista, chargista, caricaturista e jornalista Ziraldo. Ele foi um dos fundadores do jornal “O Pasquim”, nos anos 60, e deixa um imenso legado à cultura brasileira, com o seu Menino Maluquinho e tantas outras criações. Sentimentos a familiares e amigos”, disse o ministro da Educação, Camilo Santana.

 

“Obrigada, Ziraldo! Você me (nos) deu o Menino Maluquinho e eu vivo com ele até hoje ❤️. Um abraço solidário aos familiares e amigos”, escreveu a ex-deputada federal Manuela d’Ávila.

 

“Descanse em paz, Ziraldo! Uma perda imensurável para a cultura brasileira. Suas criações ficarão para sempre em nossos corações. Meus sentimentos à família e aos admiradores”, disse o presidente da Embratur, Marcelo Freixo.

 

“Ziraldo me deu a primeira oportunidade de desenhar profissionalmente, quando foi editor do Caderno B, no extinto Jornal do Brasil. Também escreveu prefácio do meu primeiro livro. Dono de desenho monumental, foi um dos maiores artistas gráficos de todos os tempos. Descanse em paz”, disse o artista André Dahmer.

 

O São Paulo lembrou que Ziraldo criou uma versão do mascote do clube. “O São Paulo lamenta o falecimento do grande artista Ziraldo. Em 1989, Ziraldo criou esta versão do nosso mascote, o Santo Paulo. Desejamos força aos familiares e amigos neste momento, com a certeza de que sua arte estará para sempre na história brasileira.”

 

 

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