Morreu na noite desta quarta-feira, 30, em Florianópolis (SC), o pianista Arthur Moreira Lima, de 84 anos. Ele era considerado um dos maiores pianistas brasileiros e durante toda sua trajetória trabalhou para aproximar a música erudita das camadas populares da população.
Moreira Lima estava internado no Hospital da Caridade e lutava contra um câncer no intestino.
O velório está previsto para esta quinta-feira no Jardim da Paz, também na capital catarinense.
O pianista nasceu no Rio de Janeiro, em 1940, e começou a estudar piano aos 6 anos, sendo aluno de Lúcia Branco, também professora de Tom Jobim e Nelson Freire.
Também estudou música na França e na antiga União Soviética. Em Varsóvia, na Polônia, em 1965, ficou em segundo lugar no concurso internacional de piano considerado o mais prestigiado do mundo, o Frédéric Chopin.
Consagrou-se também em diversas outras disputas, como a Competição Internacional Tchaikovsky, de 1970, ficando em terceiro lugar.
Arthur Moreira Lima é considerado um grande intérprete de compositores românticos, como Chopin e Liszt, e de obras modernistas de compositores como Prokofiev e Villa-Lobos.
Notabilizou-se também como um intérprete da música popular brasileira, gravando Ernesto Nazareth e clássicos do repertório do choro e do samba.
Na carreira, gravou mais de 100 discos e fez centenas de apresentações em diversos países. Com a proposta de levar o piano a locais como periferias, cidades do interior e escolas públicas, atuou no projeto “Piano pela Estrada”.
Piano e viola
Arthur Moreira Lima teve programas de TV e participava de grupos de choro, tendo trabalhado com nomes da música popular, como os violonistas 7 cordas Raphael Rabello e Dino 7 Cordas, oo bandolinista Joel Nascimento, o clarinetista Paulo Moura, o trombonista Zé da Velha e outros.
Ele fez um show de grande sucesso e gravou dois LPs com Paulo Moura, o violeiro Heraldo do Monte e o cantor Elomar Figueira de Melo, o trabalho conhecido como “ConSertão”.
Outro trabalho histórico com a presença do maestro é o disco “Pescador de Pérolas”, com Ney Matogrosso cantando perólas da música brasileira junto com o clarinente de Paulo Moura, o violão de Raphael Rabello e o piano de Arthur Moreira Lima.
O maestro percorreu todo o Brasil tocando piano em um caminhão. O projeto Piano pela Estrada levava a música erudita ao povo simples das pequenas cidades e vilas.
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