Morre o cantor e compositor cubano Pablo Milanés, parceiro de Chico Bueno e autor de “Yolanda”

O artista, que vivia na Espanha, fez sucesso também com canções como "O breve espaço que você não é" e "O amor da minha vida"

morre Pablo Milanés

Pablo Milanés realizava uma turnê, que teve de ser interrompida devido aos problemas de saúde Foto: Divulgação

O lendário cantor e compositor cubano Pablo Milanés, muito popular no Brasil principalmente por causa de sua canção “Iolanda”, que tem parceria de Chico Buarque e fez sucesso na voz de Simone e de outros cantores, morreu na madrugada desta terça-feira, 22, em Madri, na Espanha, onde vivia. Ele estava internado desde novembro devido a infecções recorrentes.

Além de “Yolanda”, Milanés foi intérprete de outros clássicos, como “O breve espaço que você não é” e “O amor da minha vida”.

O cantor tinha um estado de saúde frágil e sofria, entre outras doenças, de um problema renal – recebeu um transplante de rim em 2014. Nos últimos meses ele teve que cancelar várias apresentações de sua turnê Dias de Luz.

Nascido em Bayamo (leste de Cuba) em 1943, Pablo Milanés foi um dos fundadores e expoentes mais destacados da Nueva Trova cubana. Ele mudou-se com seus pais para Havana ainda criança, onde estudou música e adquiriu influências do gênero tradicional cubano.

Após participar de programas de televisão na década de 1950, começou a se destacar como cantor na década seguinte, marcada pelo início do sistema comunista imposto na ilha por Fidel Castro após o triunfo da Revolução Cubana em 1959.

No início da década de 1960, compôs algumas de suas primeiras canções, como “Tú, mi desengaño” e “Mi twentydos años”.

Apesar de se declarar revolucionário, foi internado aos 23 anos em uma Unidade Militar de Assistência à Produção (UMAP), campo de trabalhos forçados para os quais o governo Fidel Castro enviou artistas, intelectuais, religiosos e homossexuais por supostamente se desviarem dos valores da revolução.

Milanés foi enviado para lá por expressar ideias discordantes com o partido no poder, como relatou posteriormente em entrevistas nas quais criticou o governo por não ter se desculpado por esse episódio.

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