Maior ídolo e artilheiro do Vasco da Gama e um dos maiores jogadores de futebol da história do Brasil, o ídolo Roberto Dinamite morreu neste domingo, 8, aos 68 anos, que fazia tratamento contra um câncer na região do intestino há um ano.
Carlos Roberto de Oliveira, o Roberto Dinamite, pelo Cruz-Maltino foi campeão do Campeonato Brasileiro de 1974, dos Cariocas de 1977, 1982, 1987, 1988 e 1992, das edições do Troféu Ramón de Carranza em 1987 e 1988, dentre outros.
Estão ainda em seu histórico as marcas de maior artilheiro da história do Campeonato Brasileiro, com 190 gols, e do Campeonato Carioca, com 279. Não à toa, ele tem uma estátua atrás de um dos gols de São Januário.
Além do Vasco, Roberto também vestiu as camisas do Barcelona, da Espanha, da Portuguesa, do Campo Grande e, claro, da Seleção Brasileira. Fora de campo, Dinamite elegeu-se vereador em 1992, pelo PSDB. Em 1994 se elegeu deputado estadual, cargo que ocuparia ainda por mais quatro mandatos. Também foi presidente do Vasco por duas gestões, entre 2008 e 2014.
Campeão brasileiro
Dinamite foi promovido ao elenco profissional no início da década de 1970 e se tornou um dos principais nomes do Vasco na conquista do Brasileiro de 1974. Com faro artilheiro, fez gols importantes e a relação com a torcida cresceu, vieram conquistas com a do Carioca de 77, e a identificação com o clube ficou ainda mais forte com o passar dos anos.
Um dos gols que marcou uma geração foi marcado em um clássico com o Botafogo, no Carioca de 1976. Na jogada, ele recebeu da direita, matou a bola no peito, deu um lençol no zagueiro Osmar e finalizou com uma espécie de voleio. O gol, aos 45 minutos do segundo tempo, garantiu a vitória vascaína de virada por 2 a 1 e ficou conhecido como “O Gol do Lençol”. Muitos o classificam como o gol mais bonito do Maracanã.
Ida para a Espanha e retorno
Em 1980, Dinamite foi vendido ao Barcelona, da Espanha, mas pouco após a estreia, houve uma troca no comando técnico e o brasileiro perdeu espaço.
Neste cenário, o Flamengo, presidido por Márcio Braga, procurou o atacante. Após certa pressão da torcida, o Vasco foi ao Velho Continente e o repatriou.
O primeiro jogo após o retorno a São Januário foi contra o Náutico, que muitos, inclusive o próprio, não se lembram. A partida, talvez, tenha perdido o brilho diante dos cinco gols marcados na vitória por 5 a 2 sobre o Corinthians, no Maracanã, duelo que consolidou a retomada do laço.
Portuguesa e Campo Grande
Roberto Dinamite ficou no Vasco até 1989, marcou inúmeros gols e se firmou como maior ídolo do clube. Em 1989, com 35 anos e em meio à chegada de outros nomes para a posição, ele acabou emprestado à Portuguesa e participou de uma das grandes campanhas da Lusa no Brasileiro.
Neste período, ainda viu o “nascimento” de Dener, de quem seria companheiro posteriormente no Cruz-Maltino.
Dinamite ainda retornaria à Colina. Em 1991, após o Brasileiro, o Vasco fez mudanças no grupo e o então atacante foi para o Campo Grande.
Em 1992, vestiu novamente a cruz de malta e, já na reta final da carreira, ainda foi campeão do Carioca.
Seleção Brasileira
Roberto Dinamite disputou as Copas de 1978 e 1982, além de outros torneios. A última participação com a amarelinha foi em 1984 — mesmo em boa fase no Vasco, acabou não sendo convocado para a Copa de 1986.
A aposentadoria
Dinamite parou em 1993, pelo Vasco, e o adeus aos gramados aconteceu em um amistoso contra o La Coruna, da Espanha, em partida que Zico, maior ídolo do Flamengo, vestiu a camisa cruz-maltina.
Vida política
Dinamite também teve um currículo na política. Em 1992, se elegeu vereador no Rio de Janeiro pelo PSDB. Em 1994, venceu a corrida para deputado estadual, cargo este onde se reelegeria em mais quatro pleitos. A partir de 2002, passou a concorrer pelo PMDB.