Deputado quer saber se software espião foi usado no Paraná para espionar políticos

Software espigão

O programa que invade telefones celulares já foi vendido para vários países, quase sempre para sondar adversários políticos Foto: Arquivo

O governo do Estado ainda não deu respostas claras e completas sobre questionamentos da imprensa e de deputados estaduais da oposição sobre o uso, pelo governo, de um software espião, semelhante ao usado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionar, sem autorização judicial, jornalistas, parlamentares e juízes durante o governo Bolsonaro.

O deputado estadual Requião Filho (PT) cobrou do governo informações sobre um contrato firmado em 2019 pela secretaria de Segurança Pública do Paraná com representantes da Cognyte, mesma empresa que forneceu o software espião à Abin.

A Polícia Federal investiga possíveis irregularidades na operação do programa espião First Mile pela agência federal, como o monitoramento de alvos por motivação política, sem autorização judicial, e e o uso de informações obtidas ilegalmente para chantagear autoridades.

O petista quer saber quais são os sistemas de “varredura, detecção, identificação, bloqueio seletivo, localização em tempo real e extração remota e instantânea de conteúdo de dispositivos celulares móveis” que o governo do Paraná opera e se algum deles é o First Mile.

Requião Filho também questiona a gestão sobre quantas vezes o sistema de espionagem foi utilizado, quem possuía acesso ao programa e se ainda está em uso.

O deputado disse desconfiar que exista uma conexão entre o contrato firmado com a Suntech, que à época representava a Cognyte no Brasil, e a criação da Diretoria de Inteligência na Controladoria Geral do Estado do Paraná.

Em nota, o governo estadual disse que a Controladoria não utiliza o software Cellebrite Commander. “A ferramenta é usada pelas polícias do Paraná, assim como por outras instituições, entre elas a a Polícia Federal e o Ministério Público, para extração de dados de celulares. O sistema é totalmente legal e utilizado pelas forças policiais paranaenses somente por determinação judicial, na elucidação de crimes, quando há apreensão de telefones celulares”, afirmou o governo do Estado.

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