O diretor-geral do Departamento de Polícia Penal do Paraná (Deppen), Osvaldo Messias Machado, publicou nesta segunda-feira, em suas redes sociais, que está deixando o cargo. Ele não se refere aos motivos da saída e o governo do Estado ainda não se manifestou sobre o assunto.
Machado, que está na Polícia Penal há 27 anos, já foi diretor da Penitenciária Estadual de Maringá (PEM) e do complexo de penitenciárias de Maringá, assumiu o Deppen há pouco mais de um ano e imediatamente iniciou um trabalho para melhorar a ressocialização de presos, preparando os apenados com alternativas de profissão para quando voltarem à liberdade, porém, desde que assumiu ele enfrenta forte oposição de um grupo de policiais penais.
No final de maio deste ano o grupo opositor divulgou uma carta aberta, com cópias para a Secretaria de Segurança Pública e para o governador Carlos Massa Ratinho Júnior (PSD), em que é pedida a demissão do diretor-geral. Na carta, os policiais penais dão detalhes do que seria, segundo eles, resultado de má gestão, citam questões administrativas e denunciam o que chamaram de “farra de diárias e extrajornadas” em viagens.
“O salário do diretor do DEPPEN tem sido aumentado de maneira inaceitável. Pelas regras atuais, basta o mesmo apresentar um relatório, de forma genérica, para justificar os deslocamentos e embolsar o dinheiro. Em um breve comparativo entre a atual gestão e a anterior é possível ver grande discrepância nos ganhos com diárias”.
No dia seguinte à divulgação da carta aberta, a Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp) e a Polícia Penal do Paraná (PPPR) instauraram procedimentos administrativos para a verificação da procedência do documento e apuração das informações.
O momento é de gratidão
Em sua publicação nas redes sociais, Osvaldo Machado não se refere à oposição sofrida à sua administração e várias pessoas que se solidarizaram lamentam que isto aconteça quando a Polícia Penal do Paraná vive seu melhor momento.
É lembrado, por exemplo, que pela primeira vez na história todos os cargos de direção da Polícia Penal são ocupados por servidores de carreira. Também é citado seu programa de ressocialização e do empenho para convencer presos buscarem os benefícios da remição de pena por meio do trabalho, estudo e leitura de livros.
Machado procurou externar gratidão ao governador Ratinho Júnior pela confiança e aos policiais penais pela parceria. “Todo o tempo que estive na direção, procurei fazer o meu melhor para o crescimento da PPPR, fui honesto em todas as minhas atitudes cumprindo meu propósito. E se falhei com alguém, peço perdão! Minha maior gratidão é a Deus que me conduziu neste pouco mais de uma ano, à frente da Polícia Penal, Ele me sustentou, me capacitou, me dirigiu e me deu livramento de muitas coisas. A Ele toda a glória!!!”, escreveu.