Armas da Taurus deixam de ser usadas pelas polícias do Paraná por defeitos de fabricação

Antes da destruição, devem ser realizadas perícias nas armas para verificar os aventados defeitos de fabricação

Taurus

Armas fabricadas pela Taurus vêm sendo criticadas pelas forças de segurança de vários Estados Foto: Internet

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A exemplo do que vem ocorrendo também em outros Estados, as forças de segurança do Paraná estão deixando de usar as armas da marca Taurus, que têm apresentado problemas como falhas no carregamento, disparo em rajada, acidentes em caso de queda, tiros sem acionamento do gatilho e outros.

No Estado de São Paulo, a Taurus foi processada por acidentes que resultaram em ferimentos em policiais militares e a Polícia Militar do Distrito Federal quer R$ 50 milhões da Taurus por armas com defeito de fabricação. Nos Estados Unidos, a Taurus foi obrigada a assinar um acordo de mais de 7 milhões de dólares e, desde 2016, teve a venda de de parte do seu catálogo no país suspensa.

A Secretaria de Segurança Pública do Paraná informou à Sexta Inspetoria de Controle Externo do Tribunal de Contas do Paraná (TCE-PR) que está distribuindo, treinando e fazendo uso efetivo dos novos armamentos adquiridos para as Polícias Militar e Civil que vão substituir as pistolas da marca Taurus, atualmente utilizadas pelas corporações.

Para o superintendente da 6ª ICE, conselheiro Fabio Camargo, “o que se defende é que se ofereça mais segurança ao policial para gerar mais segurança para a sociedade”. Ele destaca que, com base em diversos episódios envolvendo problemas com as pistolas em uso – incluindo mortes e ferimentos, “podemos inclusive ser solidários ao governo em possíveis ações de responsabilização que venham a ser propostas, em função dos históricos problemas com as Taurus”.

Policiais terão treinamento para usar Beretta

Conforme informação encaminhada à Inspetoria, a PM adquiriu 20.382 e a Civil, 5 mil pistolas da marca Beretta. Posteriormente, foi realizada uma licitação para a aquisição de coldres, já que o equipamento atual não comporta a nova pistola. Além da vistoria, arma a arma, realizada pelos órgãos responsáveis (Exército e Polícia Federal), as novas especificações técnicas do armamento exigem treinamento e adaptação dos policiais, visando seu uso seguro e eficiente. Ao receber a Beretta, os policiais devem restituir as Taurus.

A Secretaria de Segurança do Paraná tem recebido carregamentos de novas armas que serão usadas pelas polícias Civil e Militar Foto: Agência Estadual de Notícias

O cronograma de entrega do armamento foi iniciado em outubro de 2022 para a PM e no começo deste ano para a Polícia Civil. Segundo as primeiras informações prestadas pela Secretaria, para a Polícia Civil a prioridade é a distribuição para os agentes que atuam no interior do Estado, sendo que três subdivisões já receberam as novas armas, munições, bem como seus respectivos coldres, restituindo as antigas pistolas.

Na Polícia Militar, as primeiras armas foram distribuídas no fim do primeiro semestre para os batalhões de Curitiba, Região Metropolitana e litoral, além dos policiais recém-formados, que já treinaram com o equipamento.

As novas armas, adquiridas da fábrica italiana de armas de fogo Pietro Beretta, fundada no século XVI, representam o que existe de melhor no mercado internacional atualmente, sendo consideradas armas de primeira linha, testadas e aprovadas por diversas corporações militares e policiais em todo o mundo.

Pistolas da Taurus serão incineradas

A Inspetoria também recebeu informação de que a PM, considerando os problemas inerentes de segurança da arma e a eventual demora na disponibilização para os outros órgãos, tenderia a determinar a incineração das pistolas Taurus.

Porém, é possível que a 6ª ICE solicite, antes da destruição, a realização de perícias nestas armas, para verificar os aventados defeitos de fabricação e projeto das Taurus.

Além do monitoramento do processo de substituição das armas das Polícias Estaduais, a 6ª ICE, ao longo dos oito primeiros meses deste ano, desenvolveu outras medidas de aprimoramento na área da segurança pública. Dentre elas, a Inspetoria se manifestou pela melhoria da qualidade do alimento fornecido aos presos e agentes penitenciários, bem como sobre a necessidade da ampliação do número de scanners corporais nas unidades de segurança, como medida de dignidade humana às mulheres que precisam passar pela revista para visitar os encarcerados. Ambas as ações estão ainda em andamento.

“O que se pretende com estas ações é dar mais dignidade a todo os envolvidos no processo prisional, desde o apenado, seus familiares, e aos agentes de segurança, garantindo com muita humanização e respeito um resultado mais positivo para todo o conjunto da sociedade”, conclui Fabio Camargo.

Taurus fala sobre o assunto

A Taurus Armas, empresa brasileira com mais de 80 anos de atividades e unidades no Brasil, Estados Unidos e Índia, deu sua versão para o fato de o governo do Paraná estar substituindo as armas de sua marca por armas de outros concorrentes. A nota da empresa é a seguinte:

As pistolas mencionadas na matéria são de modelos antigos e foram adquiridas há muitos anos pelas forças policiais do Paraná. No caso da Polícia Militar, essas pistolas foram adquiridas entre os anos de 2004 e 2011. Essas pistolas vêm sendo usadas desde então e continuamente pelas forças policiais do Paraná, cumprindo à finalidade para a qual se destinam. Não procede a ilação contida na matéria de que tais modelos de armas padeceriam de qualquer defeito de fabricação. Essa ilação não se sustenta, já que essas armas equipam os policiais do estado do Paraná até a presente data, parte delas por mais de 19 anos e todas por mínimo 12 anos. Inclusive por 21 meses, os policiais continuaram a utilizar suas armas, cumprindo suas missões, mesmo após o estado/Senasp terem investido aproximadamente R$ 39 milhões em outros armamentos que inexplicavelmente não foras distribuídos aos seus polícias. Portanto, entende-se que as armas Taurus, mesmo com entre 12 e 19 anos de uso, são perfeitamente apropriadas.

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