Vários e-mails com ataques racistas, mensagens de ódio e ameaças de morte contra a deputada federal Carol Dartora (PT) foram entregues à Polícia Federal, que iniciou investigação para identificar a pessoa que vem utilizando a internet para atacar a parlamentar.
Além da PF, a deputada fez comunicação à Polícia Legislativa do Congresso Nacional e ao Ministério Público Federal. Ela pediu proteção pessoal. Ela diz que esta situação está afetando até sua saúde e suas atividades do dia a dia de parlamentar.
Esta não é a primeira vez que Dartora é alvo desses ataques. Os primeiros casos aconteceram quando ela ainda era vereadora em Curitiba. Carol Dartora foi a primeira vereadora negra da capital paranaense.
Segundo a deputada, a nova onda de ataques começou no dia 14 de outubro deste ano. Até o dia que ela entregou o material à PF, já eram 43 e-mails. Há caso em que a pessoa agressora diz que vai derramar gasolina sobre o corpo da deputada e colocar fogo nela. Além disso, se refere Carol como “macaca”.
“Estou em um ponto em que sinto que isso está afetando minha saúde. O medo tem me paralisado, ao ponto de que sair de casa se torna um desafio e me sinto constantemente em alerta, com receio de desconhecidos. Como deputada federal, meu trabalho exige presença pública, pensamento estratégico e soluções para enfrentar o racismo estrutural no Brasil, mas, diante dessa violência, tudo se torna extremamente difícil”, conta.
Para ela, esses ataques não acontecem somente por ela ser deputada, mas por ser deputada negra. “Essa violência não me atinge sozinha; ela abala a paz dos que estão ao meu lado, daqueles que me amam, meus amigos e familiares, que vivem diariamente com o coração apertado, temendo pelo que pode me acontecer. Essa violência política é cruel, insuportável – e me adoece”, desabafou.
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