Descentralização da segurança pública é divisor de águas em Maringá, avalia secretário

Base da Guarda Civil Municipal em Iguatemi foi entregue em abril de 2025 (Crédito: Rafael Macri/PMM)

À frente da Secretaria de Segurança de Maringá desde o início do mandato do prefeito Silvio Barros (PP), neste ano de 2025, o Delegado Luiz Alves avalia que o divisor de águas do trabalho é a descentralização das ações de patrulhamento. “É uma política que o prefeito pediu que implementássemos”, diz Alves, em entrevista à reportagem, destacando que a sociedade aceitou de maneira positiva essa medida.

Pela primeira vez, os distritos de Iguatemi e Floriano passaram a ter policiamento dedicado feito pela Guarda Civil Municipal (GCM). Além disso, a Zona Sul da cidade conta com uma base policial e, em breve, a Zona Norte terá o mesmo equipamento funcionando de forma integral (hoje é parcial no Jardim Alvorada). No Centro, está em estudos com a Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim) uma base no antigo Cine Teatro Plaza.

Na manhã desta quarta-feira, 17 dezembro, durante o “Maringá +Comunicação” no Paço Municipal, o prefeito destacou a instalação dessas bases da GCM. “Um projeto em parceria com a Associação Comercial é de implantação de uma base no Centro da cidade, na Praça Raposo Tavares, onde era o Cine Plaza”, informa o prefeito, explicando que a Acim vem fazendo modificações nessa edificação para instalar a base da GCM.

“O nível de segurança da cidade melhorou significativamente”, avalia Barros, acrescentando que foram contratados mais guardas municipais, a reestruturação do canil, os testes com câmeras corporais e a utilização de patinetes em rondas. “E acabamos de aprovar na Câmara a possibilidade de aumentar em 90 profissionais para o nosso contingente conforme a necessidade”.

Segundo o secretário municipal, a segurança pública maringaense conseguiu captar ao longo do ano em torno de R$ 3 milhões via emendas de deputados e suplementação orçamentária, já que não havia recursos no orçamento.

Delegado Luiz Alves ficou conhecido na Câmara de Vereadores, onde tem mandato parlamentar (Crédito: Arquivo/CMM)

Operação Natal Seguro
A Prefeitura de Maringá, por meio da Secretaria de Segurança, intensificou a partir da semana passada as ações de patrulhamento da GCM como parte da Operação Natal Seguro, que reforça a segurança na área central e em outros pontos estratégicos da cidade no período da Maringá Encantada 2025. Além disso, uma base móvel, instalada na avenida Brasil com a Getúlio Vargas, funciona como centro avançado de monitoramento até 11 de janeiro de 2026.

A base móvel da Guarda é um ônibus equipado com tecnologia capaz de acessar em tempo real todas as imagens do Centro de Controle Integrado (CCI), permitindo que as equipes acompanhem imediatamente qualquer movimentação no entorno.

À reportagem, o Delegado Luiz Alves informa que houve reforço na quantidade de agentes, com atividade extraordinária em função do aumento de maringaenses e turistas circulando na região central da Cidade Canção. “Está tudo transcorrendo da melhor forma possível. Sem eventos que possam se destacar negativamente no campo da segurança pública. Sobretudo, pelo fato de ter esse reforço. A gente posicionou o ônibus, na verdade uma verdadeira base móvel de monitoramento, que vai permanecer durante todo esse período das festividades na esquina da Getúlio Vargas com a avenida Brasil, para dar suporte às equipes que estão trabalhando em toda aquela região”.

Assim que encerrada a programação natalina e das festas de fim de ano, a base retorna à sua rotina itinerante, ou seja, de ponto de apoio que pode ser deslocado para diversas partes da cidade, de acordo com a demanda na segurança.

Base móvel da GCM está estacionada na região central durante a “Maringá Encantada” (Crédito: Rafael Macri/PMM)

Região da Raposo Tavares
A região onde fica a Praça Raposo Tavares, no Centro de Maringá, é uma localização bastante sensível, com foco de criminalidade. “Há uma concentração de pessoas à toa, que não buscam laborar. Alguns entendem que a pessoa tem direito de ser nocivo socialmente. Mas nós entendemos que isso não seria adequado. Todo mundo tem direito de ir e vir, e permanecer onde quiser em tempos de paz, como o país vive. Mas o nosso direito termina onde começa o do outro”, avalia o Delegado.

Segundo ele, ninguém tem o direito de atrapalhar o comércio local, depredar o patrimônio ou mesmo perturbar o sossego alheiro. “São condutas que têm de ser combatidas com a devida adequação”, diz. Nesse sentido, o secretário observa que marginais têm se passado por pessoas em situação de vulnerabilidade social para se esconderem e fugirem da ação estatal. “Não vamos tolerar”, destacando que a GCM bateu recorde no cumprimento de mandados de prisão e apreensão de armas (de fogo e branca).

“Houve uma diminuição drástica da bagunça e da desordem na região central”, avalia, contextualizando que é um trabalho de longo prazo. Ou seja, mais pessoas buscam Maringá com a ilusão de que vão ser sucedidos. Mas isto só aconteceria com aqueles que querem trabalhar. “Essa situação tem de ser desmistificada e, claro, a segurança pública tem de agir para manter a ordem pública”, finaliza.

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