Esquema de corrupção envolvendo empresas e auditores fiscais tributários da Secretaria de Estado da Fazenda teria arrecadado mais de R$ 1 bilhão em propina
O empresário Sidney Oliveira, fundador e proprietário da rede de farmácias Ultrafarma, que foi preso na manhã desta terça-feira, 12, em operação do Ministério Público de São Paulo para desarticular um esquema de fraudes em créditos tributários que teria arrecadado em propinas, segundo promotores, cerca de R$ 1 bilhão, é paranaense da região de Maringá.
Oliveira é de Nova Olímpia, cidade de cerca de 5 mil habitantes na região de Cianorte, de uma família com mais 10 irmãos. Devido à situação financeira difícil, ele começou a trabalhar quando tinha 9 anos, fazendo limpeza e organizando prateleiras em uma farmácia.
Segundo ele próprio contou em entrevistas, nunca pode estudar e o pouco que aprendeu foi no Mobral, o Movimento Brasileiro de Alfabetização, uma iniciativa ambiciosa do governo militar para combater o analfabetismo no Brasil na década de 1970.
De menino entregador de remédios, ele se tornou dono de farmácia, prosperou e chegou a ter 12 delas em Umuarama e região antes de se transferir para São Paulo, onde fundaria a Ultrafarma, que hoje é uma das maiores redes de farmácias do Brasil.
A empresa, pioneira na venda de genéricos, se destacou ao longo dos anos pelo e-commerce e pela forte presença na mídia.
Além de Sidney Oliveira, foi preso o diretor estatutário do grupo Fast Shop Mario Otávio Gomes, que foi encontrado em um apartamento na Zona Norte de São Paulo, e o auditor Artur Gomes da Silva Neto, supervisor da Diretoria de Fiscalização (DIFIS) da Fazenda estadual paulista.
Além dos três mandados de prisões, os agentes cumprem mandados de busca e apreensão em endereços residenciais dos alvos e nas sedes das empresas investigadas.
Na casa de um dos investigados no esquema, em Alphaville, alvo de busca e apreensão, promotores e policiais encontraram dinheiro vivo e pacotes de esmeralda.
Na casa de um auditor fiscal da fazenda estadual, em São José dos Campos, foram apreendidos R$ 330 mil, cerca de 10 mil dólares e 600 euros.
De acordo com a investigação conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos (GEDEC), o fiscal manipulava processos administrativos para facilitar a quitação de créditos tributários às empresas.
Em contrapartida, ele recebia pagamentos mensais de propina por meio de uma empresa registrada em nome de sua mãe.
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